"Killer Joe" retrata assassino lidando com família disfuncional
O filme "Killer Joe - Matador de Aluguel", do cineasta norte-americano William Friedkin, retoma a obra do dramaturgo Tracy Letts, autor que já tinha gerado outro filme do cineasta: "Possuídos" (2006).
O personagem-título, interpretado por Matthew McConaughey, veste-se de preto dos pés à cabeça -- o que inclui o par de botas e o chapéu de caubói- e trabalha como policial, mas fatura mesmo como assassino profissional.
Com o tempo, percebe-se que, para ele, matar não é apenas uma forma de engordar o orçamento, mas uma forma de sentir um prazer perverso.
Cada um dos personagens, mais cedo ou mais tarde, revela-se o perfeito idiota -ninguém está a salvo, nem mesmo o protagonista, que ganha o nome de guerra de Killer Joe.
Tudo começa a dar errado quando é contratado por Chris (Emile Hirsch) para matar sua mãe, para que ele, seu pai, Ansel (Thomas Haden Church) e a irmã, Dottie (Juno Temple), recebam o seguro de vida e Chris possa saldar suas dívidas.
A rede de equívocos que amarra cada um dos membros dessa família disfuncional ao matador, e, consequentemente, sela o seu destino passa também por Sharla (Gina Gershon), a nova mulher de Ansel, que também pretende receber sua parte do bolo.
Joe é uma presença forte na tela e na trama o que, muitas vezes, ofusca os demais personagens, deixando claro o que eles são: coadjuvantes.
TRAILER LEGENDADO DE "KILLER JOE - MATADOR DE ALUGUEL"
Desde sua primeira encenação, nos anos de 1990, "Killer Joe - Matador de aluguel" é classificada como comédia -- de humor negro, é claro. A força do longa está no enredo e nas situações cada vez mais insólitas da trama. O filme tem seus momentos engraçados e desperta alguns risos, mas muitos deles, amarelos.
"Possuídos" se resumia a dois personagens num único cenário, onde sua paranoia se materializava. O diretor Friedkin apropriou-se bem do cenário claustrofóbico e extraiu boas interpretações de seus atores, Ashley Judd e Michael Shannon.
Aqui, o experiente cineasta tenta fugir da estrutura teatral, mas o texto -- mais do que a ação -- domina o filme.
*As opiniões expressas são responsabilidade do Cineweb
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