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"Dores de Amores" recicla as eternas histórias de casais

Rodrigo Zavala

Do Cineweb*

26/09/2013 10h51

Com estreia em São Paulo, apenas na sala Frei Caneca, "Dores de Amores" leva o espectador por 77 minutos à máxima intimidade do casal interpretado por Fabíula Nascimento ("Estômago") e Milhem Cortaz ("Billi Pig"). Nomes ou qualquer outra identificação do par são desnecessárias, bastando os diálogos, que dominam todas as cenas, para aproximar personagens e público (veja onde ver o filme no Guia UOL).

O que discutem? O comum, o cotidiano de qualquer casal acima dos 30 anos: desilusão, traição, desejo, novas experiências, impotência, atração. Com exceção de alguns raros períodos de silêncio, nos quais eles andam sozinhos ou conversam com amigos, o filme se concentra no debate, que exige fôlego dos protagonistas.

Dirigidos pelo estreante Raphael Vieira, Fabíula e Cortaz mostram disposição para acompanhar seus personagens. São bons atores, com excelente química. Porém, é no enfrentamento entre eles que o filme causa estranhamento.

TRAILER DO FILME BRASILEIRO "DORES DE AMORES"

A explicação pode estar numa questão não explícita de vivência. O roteiro é baseado na bem-sucedida peça de teatro homônima de Léo Lama, encenada por Malu Mader e Taumaturgo Ferreira no final dos anos de 1980. Além de serem muito conhecidos na época, os atores eram casados e emanava deles a experiência de viver na própria pele.

Aqui, Fabíula e Cortaz podem até parecer um casal, mas não discutem como um. Parece faltar em determinadas cenas uma improvisação, para tornar mais naturais as conversas, as brigas e, claro, as reconciliações.

*As opiniões expressas são responsabilidade do Cineweb