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"R.I.P.D. - Agentes do Além" faz humor com toque sobrenatural

Rodrigo Zavala

Do Cineweb*

26/09/2013 14h50

Estrelado por Ryan Reynolds e Jeff Bridges, "R.I.P.D. - Agentes do Além" lembra o formato e estilo da franquia "MIB - Homens de Preto". Mas apesar de compartilhar a mesma fórmula, substituindo os alienígenas por fantasmas e a agência secreta por um departamento de polícia do purgatório, esta comédia sobrenatural tem suas qualidades (veja onde ver o filme no Guia UOL).

Reynolds interpreta o policial Nick, que investiga traficantes de drogas com seu parceiro Hayes (Kevin Bacon). Porém, em uma de suas diligências, acabam confiscando ilegalmente um artefato de ouro. Quando Nick avisa seu parceiro sobre a intenção de devolver a peça, é alvejado por Hayes durante um tiroteio contra narcotraficantes.

Ao morrer, em vez de ir direto para julgamento final, Nick vai parar na R.I.P.D. (sigla em inglês para Departamento Descanse em Paz) uma espécie de delegacia do purgatório, chefiada por uma intendente maluca (Mary-Louise Parker). Formada por policiais mortos em serviço, a divisão busca espíritos que não querem sair da terra. São almas que se recusam a partir e, ao apodrecerem longe do além, tornam-se maiores e mais violentas.

TRAILER LEGENDADO DE "R.I.P.D. - AGENTES DO ALÉM"

Para caçar esses não-vivos, Nick alia-se a Roy (Bridges), um caubói morto no século 19, espécie de versão bem-humorada de Rooster Cogburn (personagem do próprio ator na refilmagem de "Bravura Indômita"). É a conhecida fórmula do "buddy movie", em que briguinhas entre a dupla são usadas para produzir humor. Daí a semelhança com "Homens de Preto": os entreveros por suas diferenças, as armas especiais, a morfologia bizarra dos vilões, os informantes.

Tudo se complica quando Nick descobre que os artefatos de ouro, roubados com Hayes, fazem parte de um grande complô dos não-mortos para trazer todas as almas de volta à Terra. E pior: seu assassino e ex-parceiro parece estar envolvido nessa trama.

Baseado em uma revista em quadrinhos homônima, esta produção possui alguns furos que não constam nos gibis. Não se entende, por exemplo, o que são realmente esses não-mortos. Se são almas, por que as pessoas os enxergam? Afinal, Nick e Roy estão disfarçados quando trabalham na terra, incorporando divertidos avatares.

JEFF BRIDGES E RYAN REYNOLDS COMENTAM SOBRE O FILME

Bridges dá um show à parte e demonstra divertir-se em seu papel. Reynolds, ao contrário, parece limitado a um mesmo formato quando atua em comédias. Embora tenha provado capacidade dramática em "Enterrado Vivo", sua versão do personagem Nick está mais próxima do Lanterna Verde ou Hannibal King, seu personagem em "Blade:Trinity".

O diretor alemão Robert Schwentke consegue unir o humor com as cenas de ação, tal como fez em "RED - Aposentados e Perigosos". Mas para evitar que uma classificação indicativa mais alta restringisse o público das salas de cinema, o cineasta  fez um filme sem qualquer ousadia, atenuando o aspecto mais sombrio da história original.

*As opiniões expressas são responsabilidade do Cineweb