"Silent Hill: Revelação" faz adaptação sob medida para fãs de videogame
Baseado num jogo de videogame "Silent Hill: Revelação" é, no limite, o jogo levado ao cinema. Não existe muita diferenciação entre personagem digital e ator de carne e osso, tudo é fundido, feito sob medida para nossa era de fragmentação de identidade.
Dirigido por Michael J. Bassett, responsável por "Solomon Kane - O Caçador de Demônios", o longa cria momentos bastante bizarros com figuras estranhas, que despertam sentimentos que transitam entre a fascinação e a repugnância -- como um grupo de enfermeiras de postura bastante incomum, que parecem zumbis e cujos rostos são desprovidos de olhos, bocas, nariz.
Obviamente existe uma trama, mas ela é pouco mais do que um pretexto mínimo para conduzir a personagem numa jornada por personagens grotescos. Heather (Adelaide Clemens), filha da protagonista do primeiro filme, de 2006, mudou seu nome para Alessa, para evitar especulações de estranhos sobre os acontecimentos do passado. Ao lado de seu pai, Harry (Sean Bean), vive trocando de cidade.
Seus traumas têm a ver com a perda da mãe, Rose da Silva (Radha Mitchell), que salvou a filha de um lugar estranho chamado Silent Hill. Agora, é o pai da garota quem desaparece, e ela precisa resgatá-lo nesse mundo misterioso.
Em sua peregrinação pelo submundo assustador de Silent Hill, Heather vê materializados seus piores pesadelos. Para enfrentá-los, conta com ajuda de um novo colega de escola, Vincent (Kit Harington). Além das figuras bizarras, o caminho da garota também se cruza com atores de peso, como Deborah Kara Unger, Malcolm McDowell, Carrie-Anne Moss -- que parecem ter aceitado o trabalho para ganhar um dinheiro fácil.
É pouco provável que o interesse por "Silent Hill: Revelação 3D" vá além dos fãs do game ou, ao menos, das pessoas que já o conhecem. É difícil imaginar um leigo no assunto sendo atraído a um filme como este.
* As opiniões expressas são responsabilidade do Cineweb
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