"Need for Speed - O Filme" focaliza história de vingança nas pistas
Quem gosta de corridas vertiginosas com carros caríssimos deve ficar atento a "Need for Speed - O Filme", que estreia em cópias 3D e 2D, dubladas ou legendadas. Baseada no hipnotizante jogo homônimo, que faz história entre os "gamers" desde 1994 com suas inúmeras variantes e consoles, a produção é embalada por esse sucesso e pela tensão das competições clandestinas, com direito a perseguições pela polícia.
Na versão para o cinema, o roteirista George Gatins escolheu o personagem Tobey Marshall (Aaron Paul, o Jesse da aclamada série de TV "Breaking Bad") e sua vingança pessoal contra o piloto Dino Brewster (Dominic Cooper) para fazer a história correr. Afinal, neste mundo de velocidade e egos, vendetas devem ser resolvidas única e exclusivamente nas pistas.
Na primeira parte do filme, o espectador conhecerá Tobey, um piloto nato que herdou uma oficina especializada em carros de corrida de seu recém-falecido pai. Em dívidas, ele e seus ajudantes Benny (Scott Mescudi), Finn (Rami Malek), Joe (Ramon Rodriguez) e Little Pete (Harrison Gilberson) aceitam montar o carro do rival Dino, um Mustang criado, mas não terminado, pelo lendário e real reparador de carros Carroll Shelby (morto em 2012).
Após a venda do carro, por US$2,7 milhões, Dino desafia Tobey para um racha (nada menos do que com três carros Koenigsegg Agera R) para provar qual dos deles é melhor no asfalto. A corrida acaba mal, com a morte de Little Pete, que conduzia o terceiro carro, e Tobey é preso por homicídio culposo. Apesar de ter provocado o acidente, Dino é liberado, enquanto seu rival amarga dois anos em um presídio.
Ao sair da cadeia, Tobey entra em contato com o dono do Mustang e sua assistente Julia (Imogen Poots) e pede o carro emprestado para a mais emblemática das corridas clandestinas, a De Leon, criada por um bilionário excêntrico, Monarch (Michael Keaton).
Nela, o protagonista poderá se vingar de Dino, enquanto seu patrocinador ficará com o prêmio: os cinco carros participantes perdedores, avaliados em mais de US$7 milhões (só a Lamborghini Elemento é avaliada em 2,2 milhões de euros).
Com uma trama que anda tão rápido quanto os automóveis que preenchem a tela, o filme equilibra humor (trazido pelos mecânicos assistentes) e drama, no infortúnio de Tobey (um bom trabalho de Aaron Paul). Porém, falta ousadia justamente naquilo a que o filme se propõe, as corridas e perseguições automobilísticas.
Como a fonte é um jogo que impressiona pelo visual e nas fugas e rachas espetaculares, em sua nova geração pelo menos, a produção se vê tímida nesse ponto. Embora seja injusto comparar game e filme, franquias como "Velozes e Furiosos" já mostraram com muita eficiência quão impressionante pode ser uma perseguição, incluindo aí malabarismos fora do carro, que desafiam leis de inércia e gravidade.
Com máquinas tão extraordinárias, que chegam a mais de 370 km por hora, e são chamadas de "carruagens dos deuses" pelo personagem Monarch, esperava-se que fossem mais longe em "Need for Speed - O Filme".
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