Comédia estrelada por Leandro Hassum fala de política com humor rasteiro
Nos últimos anos, o ator Leandro Hassum se tornou sinônimo de sucesso no cinema brasileiro. Por sucesso, entenda-se, alta bilheteria, pois os filmes protagonizados por ele estão longe de algum outro tipo de êxito.
Com títulos como os dois "Até que a Sorte nos Separe" e "Vestido para Casar", ele encontrou seu público. Se até então fazia um humor "pra toda a família", com até um algo de ingênuo, em sua nova empreitada, "O Candidato Honesto", o humorista apela para piadas típicas do humor rasteiro, envolvendo flatulência e traseiros em janela de ônibus. Sim, esse é o nível. O filme estreia nesta quinta (2).
Hassum interpreta, por assim dizer, João Ernesto, um candidato corrupto e favorito na corrida à Presidência do país. Sua trajetória começa como líder sindical dos motoristas de ônibus, que depois de perder um mamilo num acidente de trabalho entra para a política.
Ele é corrupto e não faz muita questão de esconder isso, para desespero de seus marqueteiros. Porém, quando sua avó (Prazeres Barbosa) está à beira da morte, ela parece lhe rogar uma praga. A partir de então, ele se torna incapaz de mentir.
Dirigido por Roberto Santucci —cuja filmografia inclui os dois "Até que a Sorte..." e os dois "De Pernas pro Ar"—, "O Candidato Honesto" parece também não se esforçar muito para esconder que sua fonte de inspiração, por assim dizer, é o "Mentiroso", que Jim Carrey protagonizou em 1997, em que o ator canadense encarnava um advogado incapaz de mentir por 24 horas.
Desprovido de qualquer amarra, João começa a falar tudo o que lhe vem à cabeça, como ofender sua mulher (Flávia Garrafa) num programa de televisão à la o de Ana Maria Braga, ou fazer seu anúncio de TV confessando que não cumprirá nenhuma das promessas.
A parte ?séria? do filme envolve uma jovem jornalista, Amanda (Luiza Valdetaro), que acredita na capacidade de João, e pensa que ele pode ser um bom político.
O roteiro, assinado por Paulo Cursino —responsável pelos textos das franquias "De Pernas...", "Até que a Sorte...", além de "O Diário de Tati", entre outros— não se esforça muito. As situações cômicas parecem piadas que são requentadas a cada dois anos quando há eleições.
Como esquete de humorístico da televisão, "O Candidato Honesto" poderia até funcionar, mas como um longa de quase duas horas, não há enrolação e humor mal resolvido que segure. E, no fim das contas, o horário eleitoral gratuito exibido na televisão tem mais cinema e mais humor (involuntário, na maior parte das vezes), do que esse filme inteiro.
*As opiniões expressas são responsabilidade do Cineweb
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.