"Uma Noite no Museu 3" homenageia Robin Williams e Mickey Rooney
Ao que tudo indica, "Uma Noite no Museu 3: O Segredo da Tumba" será realmente o capítulo final da franquia estrelada por Ben Stiller e dirigida por Shawn Levy, que teve início em 2006 e ganhou uma sequência três anos depois. O filme estreia nesta quinta (1º).
A morte do ator Robin Williams, em agosto, pôs fim aos planos anteriores de produzir um spin-off com os bonecos de cera do presidente Teddy Roosevelt, interpretado pelo comediante, e do explorador Jedediah, vivido por Owen Wilson.
Melhor que seja assim, pois, ao mesmo tempo que consegue fechar satisfatoriamente a história de seus personagens, a terceira parte demonstra que a série não teria fôlego para continuar bem, ainda que em filmes derivados.
De certo modo, seu encerramento é até poético, já que o longa homenageia Williams e Mickey Rooney, também falecido após suas gravações como o guarda-noturno Gus.
O filme continua acompanhando Larry Daley (Ben Stiller), que, além de vigia, é responsável pelas atrações noturnas do Museu de História Natural em Nova York. Mas quando, na reabertura do planetário do complexo, as criaturas que o público julga serem somente holografias ou algo do tipo entram em pane, atacando as pessoas presentes, ele percebe que há algo errado com a placa dourada de Ahkmenrah (Rami Malek), que justamente anima tudo que está exposto no local.
Para descobrir o que está acontecendo com a tábua mágica, o vigilante e seus amigos têm de consultar Merenkahre (Ben Kingsley), o pai do faraó egípcio; só que ele e a esposa (Anjali Jay) se encontram no Museu Britânico.
Assim, a produção encontra o gancho para apresentar o terceiro museu na franquia, já que, depois da própria instituição de Nova York no primeiro longa, o Smithsonian de Washington foi cenário do segundo.
No entanto, em comparação aos outros, o londrino foi pouco desbravado em suas possibilidades de objetos em exposição. O melhor aproveitamento foi da obra "Relatividade" (1953) de M. S. Escher, que mostra uma perseguição bem engenhosa, lembrando a sequência dos quadros em "Looney Tunes: De Volta à Ação" (2003).
Uma amostra disso é que somente dois personagens são apresentados neste novo ambiente. Um deles é Lancelot (Dan Stevens), ou a representação dele em cera, como o bravo cavaleiro da Távola Redonda demora a perceber.
A sua eterna busca pelo Santo Graal atrapalha mais os norte-americanos do que a presença da vigia Tilly, vivida por Rebel Wilson, que mesmo contida em um filme mais família, ainda consegue arrancar risadas da plateia. Elas ocorrem, especialmente, quando ela encontra Laaa, o Neandertal também interpretado por Stiller, já que ele foi criado à imagem e semelhança de Larry.
Como a criatura acredita que ele é seu pai, a situação serve para o guarda-noturno analisar sua própria relação conturbada com seu filho Nick (Skyler Gisondo, substituindo Jake Cherry), um tema recorrente na trilogia.
Aliás, a aventura muda de cenário, mas continua a mesma das outras duas produções, com vários chavões da série, entre outros mais comuns —colocar "London Calling" de fundo quando a trama chega à capital inglesa, por melhor que seja este clássico, virou clichê.
A grande questão é que, desta vez, o roteiro é pouco inspirado quanto à resolução do problema apresentado: no fundo, eles nem precisavam ir a Londres.
Ainda sim, "Uma Noite no Museu 3" é aquela diversão garantida para toda a família nas férias, além de ter na sequência da montagem de "Camelot" em West End um dos melhores momentos dos três filmes, com uma aparição-surpresa de um astro dos palcos e da telona.
E seu final somado à mensagem de que "a magia nunca termina", em homenagem a Robin e Mickey, seria a melhor última impressão que a franquia poderia deixar.
*As opiniões expressas são responsabilidade do Cineweb
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