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Ficha completa do filme

Comédia

Cassy Jones - O Magnífico Sedutor (1971)

Resenha por Alessandro Giannini

Alessandro Giannini

Da redação 27/05/2009
Nota 1
Cassy Jones - O Magnífico Sedutor

Cassy Jones - O Magnífico Sedutor

Considerado o testamento cinematográfico de Luiz Sergio Person (1936-1976), "Cassy Jones - O Magnífico Sedutor" (1972) não seria, de acordo com os críticos, um filme à altura de "São Paulo S/A" (1965) e "O Caso dos Irmãos Naves" (1967). Á época do lançamento, em meio ao momento mais grave da ditadura militar, teria sido encarado como uma válvula de escape, um modo de o diretor dizer que entregou os pontos. Ou, por outro lado, um indicativo de que ele havia desistido de vez do cinema como uma arte engajada e abraçado de vez o cinema comercial.

Diferentemente dos citados "São Paulo S/A" e "O Caso dos Irmãos Naves", "Cassy Jones" é um filme solar, colorido e alegre. Não significa dizer que careça de espírito crítico. Paulo José faz o personagem-título, Cassy Jones, um sedutor insaciável. Quando o amigo Roubouldt (Hugo Bidet) pergunta a Cassy o que ele tem que mais ninguém tem, ouve o seguinte: "É que eu estou no lugar certo, na hora certa, só isso".

Cassy se esbalda na sua cobertura moderna - para os anos 1970 - com colchão d'água de plástico, espaços abertos, janelas grandes e piscina suspensa cercada por jardins. Ele busca o prazer, mas quer tempo para si também. Logo, passa a se enjoar das mulheres que leva para dentro de casa. Ao assistir a um programa de televisão, ele descobre Clara (Sandra Brea, loira, em sua estreia no cinema) e se apaixona perdidamente. E vai brigar para tê-la ao seu lado.

Em "Cassy Jones", Person não entrega os pontos, nem abandona o cinema como arte engajada. O cineasta, morto precocemente, aos 40 anos, em um acidente automobilístico, usa os códigos do cinema ao seu favor. Ele usa especialmente o personagem de Bidet para isso, quando o coloca em cena em diferentes personas, sem alterar substancialmente seu papel, fazendo homenagens a personagens e arquétipos clássicos da tela grande. Há outros tributos diretos, como o feito a Grande Otelo, que aparece como o porteiro de um teatro de revista onde Clara vai se apresentar. Um filme para se ver e (re)ver nos detalhes.

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