O Mensageiro (2009)

Edu Fernandes

Da redação 27/08/2010

Nota 4

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Com a prolongada estadia do Exército dos Estados Unidos no território iraquiano, criticar a guerra tem sido um discurso recorrente na produção atual do cinema. "O Mensageiro" é mais um título para engrossar o coro antibelicista.

O filme conta a história de Will Montgomery, um sargento do Exército que é ferido em combate. Ele volta para casa, mas ainda tem algum tempo de serviço para prestar. Will, então, é designado a notificar familiares de militares sobre a morte de seus parentes na frente de combate. Para essa missão ingrata, recebe o treinamento do Capitão Tony Stone - papel que deu a Woody Harrelson uma indicação ao Oscar.

Em outros filmes em que a guerra faz parte da história, a cena em que esses oficiais se dirigem à casa dos familiares com péssimas notícias costuma ser o momento mais lacrimoso. Como esses homens são os personagens principais de "O Mensageiro", a carga emotiva já está garantida.

Felizmente o filme não se contenta em sensibilizar o público. Procura, ainda, mostrar as cicatrizes invisíveis que o conflito armado causa, tanto nos militares como em suas famílias. Os próprios protagonistas não estão a salvo das consequências da guerra, principalmente quando se fala em vida social e em saúde mental. Will vive um conturbado relacionamento amoroso com uma mulher comprometida e não consegue escapar da solidão. Enquanto isso, Tony aparenta frieza, mas tem uma vida promíscua e problemas com alcoolismo. Conforme o enredo se desenvolve, percebe-se que Will teme que seu futuro seja tão sombrio quanto o de Tony.

Os desafios enfrentados pelas famílias dos combatentes são vislumbrados pela personagem interpretada com maestria por Samantha Morton. Ao receber a infeliz visita de Will e Tony, Olivia mostra-se assustadoramente preparada para as notícias fatais que eles trazem. Mais adiante, Will começa a se envolver com ela e com seu filho.

Uma das cenas mais memoráveis de "O Mensageiro" é quando a dupla de militares brinca de guerra em um estacionamento, mostrando o quanto pode ser infantil a situação do combate armado. Com a direção equilibrada do estreante Oren Moverman, o filme destaca as emoções e a psicologia de seus personagens.