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Ficha completa do filme

Comédia

Coisa de Mulher (2005)

Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho

Especial para o UOL Cinema
Nota: 1
Coisa de Mulher

Era uma coisa lógica, já que existe a Globo Filmes, caberia a outras redes de tevê criarem também sua produtora/distribuidora de filmes nacionais, aproveitando o poder de marketing que têm através de chamadas e comerciais. Também era de se esperar que elas fossem incompetentes e metessem os pés pelas mãos, como já sucedeu com a Record e o filme da Eliana em "O Segredo dos Golfinhos" (dirigido pela mesma Eliana Fonseca deste aqui).

Agora chegou a vez do SBT Filmes errar com esta pornochanchada que faz lembrar uma antiga tentativa de Silvio Santos fazer cinema (se chamava "Ninguém Segura Essas Mulheres", de 1976) e que considerando a época e diferenças técnicas, era até melhor que esta. Ao menos mais digna. Não tenho a menor simpatia pelo grupo chamado Grelo Falante (palavra que de outra maneira seria censurada num veículo de comunicação) que parece fez um mal sucedido programa na Globo, "Garotas do Programa".

Basta constatar que tudo no filme têm duplo sentido, toda frase contém uma besteira que supostamente tem alguma graça. Tentei anotar algumas. Por exemplo, "Bem Adotado", em vez de "Bem Dotado", "Você já está pensando Grande!", "Que Cabeça, Que Tronco, Que Membro!". Têm outras pérolas que preferi esquecer porque estava ocupado demais em tentar achar alguma qualidade numa comédia totalmente rodada em locações e ambientes apertados que são tão horrivelmente decorados, que parecem as novelas mexicanas que justamente o SBT exibe (o da Galisteu com aquelas listas amarelas é o campeão).

Ou seja, o mau gosto impera em tudo. E francamente as quatro senhoras que compõem o grupo não tem tipo para cinema, ao menos não para fazerem mocinhas e heroínas. Na verdade, nem tudo é horrível. Evandro Mesquita é sempre muito esforçado tentando fazer um personagem completamente absurdo, ainda mais para quem conhece como funciona uma revista. Ele é um jornalista que vive de escrever uma coluna para uma revista feminina usando o pseudônimo de Cassandra (claro que uma coluna paga tão mal que ele tinha mesmo que estar morrendo de fome).

Não está dando certo até quando ele se muda para um apartamento e passa a gravar as conversas das mulheres e transcrever suas idéias. Fica tão famoso que acaba indo ao programa da Hebe, onde tem que aparecer vestido de mulher (o travesti é óbvio) e acaba defendendo os direitos femininos. Está certo que é comédia e a gente não pede realismo. Mas exige risadas. Teve um ou outro momento de pastelão que até abri um sorriso, mas o nível era tão baixo (mas não rasteiro, não chega a ser grosseiro) que ficou difícil encarar o filme.

Para Adriane Galisteu, uma pessoa que eu gosto e acho talentosa, bastava a diretora dizer uma coisa: menos, menos. Ela simplesmente não combina com as outras. Enfim, é uma tentativa equivocada de penetrar no universo de "Sex and the City". E um mau começo para o SBT Filmes.

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