O Ringue (1927)

Rubens Ewald Filho

Especial para o UOL Cinema 01/01/2004

Nota 3

Hitchcock considerava este seu segundo filme "hitchcockiano", depois de "O Pensionista" (1926), e de fato ele é tecnicamente impecável, com uma forte narrativa visual em que ele usa um mínimo de letreiros e com diversas idéias brilhantes (o lutador é chamado de Jack "Um Round"; quando ele perde e tem que lutar um segundo, o diretor mostra o assistente colocando uma placa de segundo round novinha em folha, que nunca tinha sido usada; a demora da esposa dele numa festa é indicada por taças de champanhe que perdem as bolhas).

Mas o roteiro é convencional e previsível e o filme hoje parece antiquado e datado - só vai mesmo interessar aos fãs do cinema mudo e completistas do diretor.

O título faz referência ao ringue de boxe mas também a uma pulseira que simboliza a infidelidade da esposa no filme. Boa cópia com metragem longa, mas com música mal-adaptada e inadequada. Faz parte do box "Alfred Hitchcock: A Arte em Progresso".