A Carga da Brigada Ligeira (1936)

Rubens Ewald Filho

Especial para o UOL Cinema 01/01/2005

Nota 1

Aventura clássica de guerra, com muita violência e cheia de ação. Incomoda um pouco hoje a abordagem colonialista e o evidente racismo (os indianos intrinsecamente selvagens e assassinos em oposição aos ingleses nobres e heróicos); também não funciona bem e é mal-desenvolvido o triângulo amoroso entre Errol Flynn (1909-59), Olivia de Havilland e Patrick Knowles (1911-95).

A veracidade histórica é mínima, misturando fatos (a chacina dos ingleses desprotegidos nunca aconteceu), mas as cenas de batalha são mesmo espetaculares (tantos cavalos se acidentaram e morreram durante as filmagens que precipitou a criação de uma lei para proteger os animais utilizados em filmes), Flynn era perfeito para esse tipo de papel, o elenco de apoio é excelente e a música de Max Steiner antológica.

A fita desencadeou toda uma onda de filmes sobre o Império Britânico, como "Gunga Din", "As Quatro Penas Brancas" e "Beau Geste". Vale a pena, mesmo nesta cópia fraca e de origem duvidosa. Este foi o terceiro de 12 filmes que Flynn e Havilland fariam juntos. F

oi no set deste filme que o diretor, o húngaro Michael Curtiz (1886-1962), que ainda falava mal o inglês, gritou para um assistente Traga os cavalos vazios (Bring on the empty horses), querendo dizer os cavalos sem cavaleiros, e que mais tarde David Niven usou como título de sua autobiografia.