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Ficha completa do filme

Policial

Prisioneiro do Passado (1947)

Resenha por Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho

Especial para o UOL Cinema 01/01/2004
Nota 3

Em seu Making Of, o crítico Leonard Maltin, comenta que não é um grande filme, é apenas bom. Sua cândida sinceridade já previne.Este filme, que vem numa cópia esplêndida, restaurada dentro do primeiro Box da Coleção Humphrey Bogart da Warner, acaba sendo uma decepção.

Rodado em grande parte em locações em San Francisco, foi o terceiro filme (de quatro) que o casal Bogart e Bacall fez junto, já casados (e ela fora de controle de seu descobridor, o diretor Howard Hawks). Inspirado num livro de um certo David Goodis (popular na época), o filme se inscreve como policial noir, mas é prejudicado por uma trama completamente absurda e inverossímil, que mal tem pé ou cabeça.

É só parar para pensar um pouco nas coincidências (a garota que aparece rapidamente para ajudá-lo a escapar, arriscando sua vida sem maior lógica). Há personagens reduzidos - ou seja, fica fácil descobrir quem é o culpado. E nem por isso eles são muito interessantes (nem os atores, com a possível exceção de Agnes, que tem pouco o que fazer e tem uma resolução ruim para seu personagem). Também o amor do casal não convence assim como quase tudo na história.

As cenas são longas, excessivamente dialogadas e a única sacada grande do filme é esconder o rosto de Bogart durante toda a primeira meia hora da fita (tudo é mostrado não apenas pelo ponto de vista dele, subjetivo, mas também há planos onde é possível vê-lo com o rosto obscurecido. Tudo para só revelar o rosto de Bogart quando ele faz a operação plástica e se olha no espelho). É um truque, mas ao menos é curioso. Até o romance entre a dupla não tem o pique dos filmes anteriores. Certamente o pior da caixa e da dupla.

A música tema do filme é a bonita e famosa "Too Marvelous for Words", de Johnny Mercer, com Jo Stafford. Edição traz Making Of retrospectivo (não tem depoimento de Bacall) chamado no original "Hold Your Breath and Cross Your Fingers: The Story of Dark Passage", trailer e o desenho animado "O Coelho Saliente/ Slick Hare", 1947, de Friz Freleng (em que Pernalonga encontra vários atores famosos, inclusive Bogart, que está no restaurante Mocumbro e pede para o garçom Hortelino, lebre frita. Dave Barry dublou a voz de Bogart. 7 minutos).

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