Nem todos os filmes neo-realistas de Roberto Rossellini resistem bem a uma revisão. Mas este, que é dos menos conhecidos, também é dos melhores. Vencedor do Festival de Locarno, foi realizado nas ruínas de Berlim, com o futuro diretor Carlo Lizzani como assistente e co-roteirista e Sergio Amidei cuidando da versão italiana, dedicada à memória de Romano, filho de Rossellini que havia morrido no ano anterior.
Um texto lido no começo diz que é apenas uma narração dos fatos, sem acusações ou defesas. Depois, utilizando atores não profissionais, o filme conta uma história cruel e difícil, numa época em que assuntos como a miséria e a devastação provocada pelas guerras ainda não eram abordados com tanta crueza. Não há concessões, nem ao final.
Esta cópia, com bastante brilho e contrastes, é melhor do que as que normalmente circulam.
"Alemanha Ano Zero" conclui uma trilogia sobre a guerra com "Roma, Cidade Aberta" e "Paisà". Vale conhecer.