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Ficha completa do filme

Aventura

As Aventuras de Don Juan (1948)

Resenha por Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho

Especial para o UOL Cinema 01/01/2005
Nota 3

Don Juan é um dos personagens mais retratados pelo cinema, desde os filmes mudos. Nada mais natural, portanto, que ser interpretado por um dos maiores amantes da tela, Errol Flynn (1909-59). O mitológico galã já estava no começo de seu declínio, causado por uma rotina de excessos (em especial bebidas e mulheres, nesta ordem).

Como Flynn tinha dificuldades de memorização e concentração, o diretor Vincent Sherman era obrigado a fazer tomadas curtas e rápidas, aproveitando os melhores momentos dele, e ainda cuidar para que a fotografia e maquiagem disfarçassem as noites mal-dormidas do ator.

Além disso, a Warner estava em crise financeira e eles aproveitaram roupas de "Meu Reino Por Um Amor" ("The Private Lives of Elizabeth and Essex", 1939) e até cenas inteiras de "As Aventuras de Robin Hood" ('The Adventures of Robin Hood", 1938) para cortar custos. E ironicamente o filme acabaria ganhando o Oscar de Figurino e sendo indicado ao de Direção de Arte.

Mas, mesmo com todos esses problemas, o filme está longe de ser um fracasso. Na verdade, trata-se de uma eficiente aventura (ainda que de rotina e cheia de clichês), com ação ininterrupta, diálogos inspirados (o roteiro teve a colaboração até de William Faulkner), trilha musical antológica de Max Steiner e que trata o personagem com simpatia e ironia.

Além disso, mesmo longe do apogeu (nas lutas com espadas dá para perceber claramente o dublê) e sem muita química com a bela e fria sueca Viveca Lindfors (1920-95), Flynn ainda esbanjava charme e carisma, e só por ele o filme já vale a pena.

A moça na carruagem que pede informações para Don Juan, quase ao final, é a segunda esposa de Flynn, Nora Eddington. A cópia é fraca, tirada de VHS, com as cores do Technicolor original esmaecidas.

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