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Ficha completa do filme

Drama

Uma Rua Chamada Pecado (1951)

Resenha por Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho

Especial para o UOL Cinema 21/11/2006
Nota 5

Das adaptações para o cinema de peças clássicas do teatro americano, esta é sem dúvida a melhor e justifica o prestigio do diretor Kazan como renovador do dos dois meios. Ele já havia dirigido no palco a obra-prima do dramaturgo Tennessee Williams, que revelou Marlon Brando.

O texto foi seguido quase na integra e o filme, rodado em ordem cronológica e quase totalmente em estúdio. Ganhou Oscars de melhor atriz (o segundo para Vivien Leigh) e atores coadjuvantes (Karl Malden e Kim Hunter), tendo sido indicado também para os prêmios de melhor filme, roteiro, diretor, fotografia, trilha musical, ator e direção de arte.

A distribuidora do filme, à época do lançamento nos cinemas, criou um título que só confunde, por não seguir o sentido literal ("Um Bonde Chamado Desejo"), mas criar um semelhante ("Uma Rua Chamada Pecado").

Estranhamente Marlon Brando não ganhou o Oscar por este filme e sim dois anos depois, por "Sindicato de Ladrões", também de Kazan. É preciso ver sua presença na versão do texto de Tennessee Williams para entender o impacto que ela causou no cinema moderno, na linha de frente do chamado "método" de interpretação do Actor´s Studio. A entrada em cena de Brando como o grosseiro Stanley Kowalski é uma explosão de carisma, virilidade e sensualidade, algo perfeitamente adequado para tornar crível o desejo despertado na cunhada Blanche.

Como teatro filmado, é uma obra exemplar, valorizada pelo claro-escuro, o excelente elenco, sobretudo pela figura frágil e patética de Vivien (um choque para a platéia, que ainda se lembrava dela das reprises de "E o Vento Levou"). "Eu sempre dependi da bondade de estranhos" é sua frase final, que depois Almodóvar aproveitou em "Tudo sobre Minha Mãe".

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