UOL Entretenimento Cinema
 

Ficha completa do filme

Comédia

Carnaval Atlântida (1952)

Resenha por Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho

Especial para o UOL Cinema 04/12/2007
Nota 4

Uma das chanchadas clássicas da Atlântida, notável pela inteligência e sutileza da brincadeira com as superproduções americanas e, por extensão, com a colonização cultural (o produtor brasileiro que quer filmar Helena de Tróia, feito por Renato Restier, chama-se Cecílio B. deMilho, parodiando DeMille). E notável também pela integração da história com os números musicais, alguns muito bons e criativos - ainda mais porque foram coisas feitas por diretores diferentes, com José Carlos Burle (1910-83) conduzindo os atores e Carlos Manga, em seu primeiro crédito na função, dirigindo as cenas com música.

Como era comum nas comédias da época, também se brinca com a oposição entre a cultura erudita (e, por definição, chata) e a popular, essa sim fonte de diversão e alegria. Conta com Oscarito (1906-70) indo contra o seu tipo habitual e encarnando a ponte entre as duas coisas, como o professor de cultura grega Xenofontes, que aos poucos se converte ao carnaval! O cômico mostra toda sua maestria reduzindo a escala das suas graças e mesmo assim arrancando gargalhadas, com pelo menos um momento antológico, quando é relutantemente travestido como a lendária Helena!

Também é uma chanchada bem latina, com as cubanas Maria Antonieta Pons (1922-2004) e Cuqita Carballo dando conta dos números de rumba. José Lewgoy (1920-2003) também faz uma variação de seus vilões, como um conde de araque que lembra o Chaplin de "Monsieur Verdoux". Não deixe de ver, inclusive porque a cópia é bem razoável, acima da média das chanchadas lançadas pela distribuidora. Em números musicais, além de Grande Otelo, Eliana e Colé, vemos Francisco Carlos, Nora Ney (com o clássico "Ninguém Me Ama"), Dick Farney e Bill Farr.

Compartilhe:

    Siga UOL Cinema

    Sites e Revistas

    Arquivo