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Ficha completa do filme

Drama

Contos da Lua Vaga (1953)

Resenha por Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho

Especial para o UOL Cinema 27/05/2008
Nota 4

Obra-prima do diretor japonês Kenji Mizoguchi (1898-1956), o filme mais famoso de sua curta carreira de apenas dez anos, durante a qual ficou conhecido como o "cineasta das mulheres", por sua paixão em retratar o sofrimento e espírito de sacrifício femininos. Que tinha origem na infância do diretor, quando o pai se envolveu em negociações infelizes dilapidando a fortuna da família e levando a irmã querida a ser vendida como gueixa.

Daí ser muito pessoal e próxima ao diretor essa fábula baseada em contos famosos de Akinari Ueda e que se passa no Japão feudal do século XVI, durante a guerra civil, tratando justamente da ambição sem consciência que leva à ruína e tragédia. Não aos homens que buscam miragens, mas sim às suas sensatas e amorosas esposas. Tudo é narrado com poesia e grande beleza visual em uma cuidadosa reconstituição de época, com muitos planos gerais em belos enquadramentos e movimentos de câmera delicados e discretos.

E mais um toque de sobrenatural, com a predileção que os japoneses têm por fantasmas e espíritos que voltam do além. Um grande clássico do cinema japonês, ganhador do Leão de Prata em Veneza (e que, curiosamente, concorreu ao Oscar de melhor figurino). A cena mais lembrada do filme é a do lago que sintetiza seu clima misterioso. A tradução literal do título original é "Contos da Lua Vaga Depois da Chuva". A atriz que faz o fantasma Machiko Kyo é a mesma de "Rashomon", de Kurosawa, e trabalhou no cinema americano em "A Casa de Chá do Luar de Agosto" (1956), com Marlon Brando. Como extra, a biografia de Mizoguchi.

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