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Ficha completa do filme

Musical

Esta Loura Vale um Milhão (1960)

Resenha por Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho

Especial para o UOL Cinema 03/05/2005
Nota 1

A Warner tem política estranha em relação a clássicos, ao evitar alguns óbvios que teriam público cativo aqui no Brasil (como "Robin Hood" e filmes de gangsters) e apresentando, simultaneamente, lançamentos como "Esta Loura Vale Um Milhão". Dentro do box da coleção "Da Broadway para Hollywood", este é, de todos, o mais fiel ao show que o originou. Realmente se trata de versão autêntica (uma das últimas produções do maior mentor de musicais da MGM, Arthur Freed) de um show concebido e escrito por Betty Condem e Adolph Green (de "Cantando na Chuva" e "A Roda da Fortuna").

O musical também foi o último trabalho no cinema _e também seu único filme a cores_ da excelente Judy Holliday (1921-65), a loira burra por excelência do cinema, vencedora do Oscar por "Nascida Ontem" ("Born Yesterday", de 1950). Ela havia criado o papel no palco (ao lado de Sidney Chaplin, aqui substituído por Dean Martin, que era muito mais popular). A história, porém, é datada, já que não existem mais serviços de recados desde que inventaram a secretária eletrônica. Assim, fica mais difícil aceitar a trama, bastante ingênua, de um romance improvável entre a telefonista e um compositor em crise.

O filme curiosamente passou no Brasil, com quase todos seus números musicais cortados no cinema, mas chegou a ser visto na íntegra via TV aberta. "Esta Loura Vale um Milhão" tem canções clássicas como "The Party's Over" e "Just in Time", além de várias que pendem para o humorístico. Foi indicado ao Oscar de trilha musical adaptada e Grammy de trilha. Porém, este é recomendado só para os fanáticos por musicais. Vale pela chance de rever a grande Judy Hollyday, comediante maravilhosa que já sofria de câncer quando rodou o filme. O diretor Vincente Minnelli parece gostar tanto dela que muitas vezes se limita a filmar tudo à distância, sem interferir ou fazer cortes, o que torna o filme frio e lento. Por outro lado, é dos melhores momentos de Dean Martin, com certo tom de "Guys and Dolls" (pois há uma trama paralela sobre policiais que investigam o serviço de recados e um malandro que o utiliza para apostas em corridas de cavalo).

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