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Ficha completa do filme

Drama

O Milagre de Anna Sullivan (1962)

Resenha por Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho

Especial para o UOL Cinema 19/12/2007
Nota 5

A edição em DVD muda o título original brasileiro, trocando o Anne (que já estava errado, é Annie) por Anna. Mas as qualidades do filme continuam inalteradas. Foi a versão cinematográfica da peça de sucesso de William Gibson, o mesmo de "Dois na Gangorra" (por sua vez baseada no livro autobiográfico de Helen Keller), com a mesma dupla consagrada na versão teatral.

Anne Bancroft (1931-2005) como a professora Annie Sullivan, uma ex-cega que voltou a enxergar após várias operações e sofreu na pele a miséria da vida em asilos, que luta para trazer para a luz do entendimento a menina cega e surda Helen Keller (Patty Duke), criada como deficiente mental pela família conservadora e resignada. O texto foge por completo do dramalhão estilo "doença da semana", suavizando o tema com algum humor e investindo na sobriedade, no que é basicamente um elogio da perseverança, da força de vontade e na crença inabalável nas próprias convicções.

Mas são mesmo as superlativas atuações das duas atrizes, ambas ganhadoras do Oscar (Anne de atriz, Patty de coadjuvante, então a mais jovem ganhadora do prêmio em qualquer categoria), que dão vida às personagens difíceis, até em termos físicos (como na longa luta das duas, com quase dez minutos, na sala de jantar), sem cair na caricatura nem no grotesco.

A United Artists queria Elizabeth Taylor ou Audrey Hepburn (e, aparentemente, chegaram a convidar Ingrid Bergman), mas hoje é impossível imaginar o filme sem a presença suave e cheia de dignidade de Anne Bancroft. Um clássico, que não envelheceu nada e continua a emocionar. Foi indicado ainda aos Oscars de direção, roteiro adaptado e figurino. Foi apenas o segundo filme do diretor Penn, vindo da TV, e que em 67 faria o clássico "Bonnie e Clyde".

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