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Ficha completa do filme

Drama

Gertrud (1964)

Resenha por Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho

Especial para o UOL Cinema 01/01/2006
Nota 1

Último filme do mestre dinamarquês Carl Theodor Dreyer (1889-1968), que ganhou o prêmio da imprensa internacional no Festival de Veneza. Mas foi extremamente mal-recebido pelo público em sua estréia, decepcionando o então já idoso diretor.

Uma resistência compreensível, visto que em plena efervescência da década de 60, o estilo muito peculiar de Dreyer devia parecer ainda mais estranho. É absolutamente estático, com apenas nove cenas (e, curiosamente, um breve flash-back, totalmente estranho à linguagem naturalista do diretor), com um mínimo de movimentação de câmera e longos diálogos em planos médios sem cortes.

Com elenco e direção de atores menos eficiente que em outros de seus filmes, suas habituais radiografias da alma não são tão marcantes. Nem o enredo, que gira em torno de uma mulher em busca do amor perfeito e incondicional, mas incapaz de lidar com o que os homens de sua vida têm a oferecer, é especialmente cativante (e a personagem central com certeza provocará reações extremas com seu idealismo, que também pode ser visto como egoísmo alienado).

Dreyer costumava sempre abordar os problemas da condição feminina em seus filmes, habitualmente povoados por mulheres incompreendidas e sofridas, mas aqui, em seu único filme integralmente dedicado ao assunto, não obteve resultados magistrais.

Mas seu apego ao minimalismo e seu estilo ainda impressionam e tornam o filme digno de atenção. Ainda que não esteja entre os melhores do diretor. Excelente cópia em edição em dois DVDs muito boa.

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