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Ficha completa do filme

Drama

Falstaff: o Toque da Meia-Noite (1965)

Resenha por Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho

Especial para o UOL Cinema 01/01/2004
Nota 1

Welles era um grande conhecedor de Shakespeare e não teve dificuldades para dar vida a um de seus personagens mais conhecidos, Falstaff. Até agora inédito no Brasil e baseado em várias peças do dramaturgo, em especial "Henrique IV" (mas também "Ricardo III", "Henrique V e VI"), o filme foi o canto do cisne do diretor, sua última obra-prima. Feito na Espanha com pouco dinheiro, é um tributo à capacidade de Welles de mostrar muito gastando pouco.

Ele tinha poucos dias disponíveis de John Gielgud e Jeanne Moreau e resolveu isso com dublês e planos distantes; a espetacular cena de batalha foi montada com tal dinamismo que aparenta contar com centenas de soldados (na verdade, apenas cerca de 180); e os poucos interiores são explorados com maestria na colocação da câmara e nos enquadramentos. O resultado é um filme brilhante e riquíssimo, que muitos consideram uma das melhores versões cinematográficas do dramaturgo.

Welles, muito maquiado, está perfeito como o soldado fanfarrão, um papel que tinha óbvias conotações autobiográficas, e consta que considerava esse seu melhor filme. Sua filha Beatrice faz um pequeno papel como o pajem de Falstaff. Lamentavelmente esta cópia é muito ruim e tirará parte do prazer; mas é um filme pouco visto e que merece ser descoberto. Ganhou o Prêmio Especial do Festival de Cannes (onde levou também o Prêmio da Comissão Técnica). Este era o filme favorito de Welles.

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