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Ficha completa do filme

Drama

Esta Mulher É Proibida (1966)

Resenha por Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho

Especial para o UOL Cinema 29/10/2010
Nota 1
Esta Mulher É Proibida

"Esta Mulher É Proibida" é um pequeno cult movie, que muitos consideram um dos melhores trabalhos do diretor Sidney Pollack, ("Entre Dois Amores"). Ele teve um roteiro de Francis Ford Coppola que soube ampliar uma peça muito curta, de apenas algumas páginas, de Tennessee Williams que mostrava apenas o casal de crianças falando sobre Alva, a irmã de Willie.

Mas o filme foi beneficiado pela esplêndida fotografia de James Wong Howe, além de uma trilha musical encantadora, com a bela canção "Wish me a Rainbow", de Linvingston e Evans. Foi a primeira vez que Pollack trabalhou com seu amigo Robert Redford, com quem depois faria uma dupla freqüente e que estava, naquela altura, à beira do estrelato.

Também Redford era amigo de Natalie Wood (1938-81) com quem havia feito "À Procura do Destino" pouco antes. Tudo isso ajuda a criar um clima romântico e um pouco fatalista da vida no sul dos EUA nos anos 30.

Charles Bronson faz um cliente da pensão da mãe de Natalie que tenta seduzi-la. Robert Blake também esta por lá (do seriado "Baretta"). Quem faz a garota narradora é a menina Mary Badham, revelada em "O Sol É para Todos".

Natalie foi indicada ao Globo de Ouro e durante a filmagem tentou o suicídio. Morreu afogada depois em circunstâncias até hoje misteriosas.

Resenha por Márcio Ferrari

Márcio Ferrari

Da redação [resenha-data-cadastro]
Nota 4

Este filme ficou famoso por um plano que começa com a câmera na altura do rosto de Natalie Wood na janela de um trem e vai subindo até mostrar a linha do trem sumindo no horizonte do estado do Mississippi, EUA. Era uma proeza técnica na época e até hoje um momento de tirar o fôlego. Mas não o único. Há outros planos virtuosos e mesmo bem semelhantes a esse durante o filme, e todas as imagens, até as mais simples, são de uma beleza incomum. Têm a assinatura de um mestre, o diretor de fotografia sino-americano James Wong Howe (1899-1976).

Num filme em que a estrada de ferro é o personagem central e a instabilidade o próprio motor da história, nada mais adequado do que a dinâmica fluida impressa pelo diretor Sydney Pollack (1934-2008) em seu segundo e talvez melhor longa-metragem (ao lado de ''A Noite dos Desesperados'', 1969).

O roteiro, que teve a participação de Francis Ford Coppola, baseia-se numa peça de um ato de Tennessee Williams e se passa no início dos anos 1930 no sul dos Estados Unidos. A personagem central é Alva (Natalie Wood, deslumbrante), uma garota explorada como prostituta pela mãe, dona de uma pensão. Sonhadora ao ponto da alienação (uma Blanche Dubois mais jovem e selvagem), Alva se imagina morando numa cidade grande e moderna, em vez do lugarejo decadente em que vive.

Chega um engenheiro da companhia ferroviária (Robert Redford) com a missão de fechar a estação local e demitir seus funcionários, que são a maioria dos habitantes, atingidos pela recessão e sem outra fonte de renda. Ele representa o diabo para toda a cidadezinha, menos para Alva.

No original de Tennessee Williams, nenhum desses personagens sequer aparecia em pessoa, porque a ação se resumia à conversa da irmã de Alva com um garoto da vizinhança. O filme toma essa conversa como ponto de partida para um flashback e desenvolve a história. O dramaturgo, segundo consta, detestou as liberdades tomadas. Mas o filme guarda a atmosfera de tensão sexual típica de Williams, tanto quanto seus cenários sulistas de classe média baixa.

Nem tudo é perfeito. Quando a ação se passa para Nova Orleans, começa um longo epílogo em estilo indeciso, mal resolvido, até que se retoma o tom anterior. O todo, mesmo assim, é precioso.

Sem extras (a não ser uma foto em papel do casal central), o DVD pertence à série Clássicos Paramount, com seu habitual padrão de decência: imagem perfeita, som de qualidade, janela correta.

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