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Ficha completa do filme

Drama

O Rito (1969)

Resenha por Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho

Especial para o UOL Cinema 26/08/2008
Nota 1

Ficou até agora inédito no Brasil este filme que o mestre Bergman (1918-2007) fez para a televisão, com um orçamento mínimo, com apenas 4 atores e planos extremamente próximos. Excessivamente falado, difícil até de seguir as legendas, tem até uma pontinha do próprio Bergman como padre.

O cineasta já devia estar aborrecido com as autoridades suecas, que o perseguiriam abertamente com acusações de desvio de impostos que o levaria a viver no exílio por uns tempos. O filme claustrofóbico tem jeito de desabafo pessoal contra os censores e burocratas que perseguem os artistas com acusações por vezes ridículas. Ao final, inclusive, um letreiro informa que eles nunca mais voltaram àquele país.

O filme foi bastante ousado para a época, inclusive mostrando falos (falsos) erectos na cena final em que reproduzem um pouco da peça chamada "Rito", ou "Ritual", um tema clássico na obra de Bergman.

Basicamente são testemunhos em juízo dos atores-personagens, revelando os podres de cada um e principalmente do censor que tem crises de consciência religiosa a respeito de um nebuloso quase estupro. Não é filme fácil, nem o melhor do diretor. Mas tem a fotografia do grande Sven Nykvist e algumas cenas excepcionais como a conversa com Thea, que está com o rosto de palhaço todo manchado de lágrimas.

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