Jogos e Trapaças/ Quando os Homens são Homens (1971)

Rubens Ewald Filho

Especial para o UOL Cinema 01/01/2002

Nota 3

É uma pena essa mania de mudarem os títulos dos filmes no Brasil. Esse "Jogos & Trapaças" foi invenção para vídeo. Passou nos cinemas como "Quando os Homens são Homens". Nada porém vai tornar mais comercial este filme difícil, quase um anti-faroeste, uma das fitas mais radicais de Altman, que estava em plena fase de experimentação.

Utilizou canções do compositor Leonard Cohen e uma fotografia nebulosa e estranha de Vilmos Zigsmond. Mas com seu estilo de tramas múltiplas, personagens mal delineados, improvisação, tipos esdrúxulos e experiências com a trilha de som, o filme é mais esquisito que interessante, apesar da cenografia criativa e o clima de permanente inverno.

Chegou a dar uma indicação ao Oscar de Atriz para Julie Christie (que por sinal na época namorava o astro Beatty). Era uma época em que se pensava em desmistificar o gênero, sendo mais realista (o que só ajudou a acabar com o Western). Tem quase a texturade uma pintura, cheia de espelhos e reflexos (algumas figuras marcantes são de atores do elenco permanente de Altman como Shelley Duvall e Keith Carradine). Ou seja, é uma fita de arte e assim deve ser encarada.