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Ficha completa do filme

Drama

O Homem que Fazia Chover (1997)

Resenha por Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho

Especial para o UOL Cinema 01/01/2002
Nota 1

Há duas maneiras de se analisar este filme. Primeiro, como uma fita de Coppola e assim a conclusão é inevitável e semelhante ao filme anterior, "Jack". É sintoma evidente de que o grande cineasta morreu. Ele virou apenas um fazedor de filmes de encomenda, mais preocupado com dinheiro do que arte. Até aceitou adaptar um best-seller do autor John Grisham ("O Cliente", "Dossiê Pelicano"). Ou seja, é triste se ver o fim de Mr Coppola.

Quanto ao filme propriamente dito, se colocando a serviço de um best-seller, ele fez um serviço profissional, se não brilhante ao menos competente. Contou a história direitinho, com um bom elenco (ainda que com escorregões, deixando mais uma vez Jon Voight cometer exageros de interpretação como o vilão) e uma trama interessante, em particular para quem gosta de histórias judiciais, com algumas reviravoltas e um final irônico.

Portanto, quem estiver procurando apenas uma boa história pode até gostar da fita. Ela se aproveitou do fato do jovem galã Matt Damon ter ganho o Oscar de Roteiro Original por "Gênio Indomável" e faz o protagonista aqui.

Para quem conhece o sistema judicial americano, tão desmoralizado desde o caso O J Simpson, o filme tem detalhes muito divertidos, como quando Damon é obrigado a fazer parceria com um advogado de porta de cadeia, o simpático De Vitto, que nunca consegue passar no exame para conseguir habilitação para advogar (nos EUA, ela funciona diferente em cada estado) e a única ajuda que tem é de outro sujeito à beira da marginalidade (feito por Mickey Rourke).

Há outras tramas paralelas de menor interesse (Teresa Wright, a veterana estrela, fazendo uma velhinha que lhe aluga um quarto enquanto ele tenta ajudar, Claire Danes, de "Romeu e Julieta", como a jovem recém-casada que apanha do marido e com quem ele se envolve, apesar de ser sua cliente e, portanto, contra as regras). Mas é a batalha central a que mais interessa e explica o título original, evidentemente alegórico.

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