Paixões Paralelas (2000)

Rubens Ewald Filho

Especial para o UOL Cinema 01/01/2001

Nota 3

O que teria acontecido com Demi Moore? No auge da carreira, ela sumiu, pediu separação de Bruce Willis e retornou apenas num filme esquisito e mal-sucedido, que ficou dois anos na prateleira. Pior que isso: Demi voltou feia. Boa atriz nunca foi mesmo, mas perdeu sua legendária beleza.

É difícil explicar o que lhe sucedeu fisicamente. Dá a impressão que tudo caiu, o rosto, a boca, o nariz (que ainda por cima se prolongou). Tudo menos os peitos siliconados. Caiu basicamente a estrela.

Este fracasso pode ser explicado como um capricho de uma estrela que resolveu dar uma guinada numa carreira por demais comercial, fazendo um filme europeu. Ela deve ter visto e gostado do filme "Minha Vida em Cor de Rosa", do francês Alain Berliner.

Realizaram esta fita infeliz, sobre um tema favorito de muitos cineastas, a dificuldade de se distinguir entre sonho e realidade. A fita tem uma bela fotografia, mas é insuportavelmente chata, lenta, sem interesse.

À princípio o espectador fica intrigado (aliás, o filme começa com uma espécie de rápido clipe, sintetizando a trama que com certeza foi colocado depois, por pressão do estúdio para ver se tornava a história mais legível).

Claro que não podemos comentar muito sobre a resolução, porque estaríamos revelando o final. Basta dizer que tudo chegará a uma conclusão esclarecedora, mas não compensa ver o retorno de Demi, num filme bonito e irritante que foi enorme fracasso em toda parte.