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Ficha completa do filme

Drama

Glitter - O Brilho de uma Estrela (2001)

Resenha por Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho

Especial para o UOL Cinema 01/01/2002
Nota 2
Glitter - O Brilho de uma Estrela

Esperava me divertir, assistir um filme bem trash, bem ruim mas gostoso de ver. Até fazendo rir pelas razões erradas. Mas nem isso acontece. Esta fita de estréia de Mariah Carrey como estrela (já fez ponta antes) é simplesmente chata, boba, melodramática, errada. Teve a má sorte também de ter sido feita na pior fase profissional da cantora (que teve problemas com drogas - não ficaram ainda bem claro as razões de sua crise pessoal - e com a gravadora Virgin que a despediu ainda que pagando vinte e poucos milhões de dólares de multa).

Ou seja, desde que passou a dirigir sua carreira sozinha, só tem feito coisa errada. E o filme é apenas uma delas. Na verdade, para quem prestar atenção, o roteiro é roubado descaradamente de "Nasce uma Estrela", aquela história já feita oficialmente quatro vezes, a última com Barbra Streisand.

A situação básica está lá: (ciúmes, crises, mas não drogas, para mostrar como a visão do mundo da música ainda mais nos anos 80 é totalmente superficial e não realista). A ponto do filme ser bem parecido, com ela cantando em público e tudo. Só que obviamente piorado

Por alguma razão misteriosa, a ação se passa no começo dos anos 80, embora as canções (todas ruins) não tenham o som da época (parece que os instrumentos sim, mas também achei os figurinos estranhamente atemporais). E as discotecas parecem o Studio 54 (nada é definido, tudo é numa terra de faz de conta).

O problema básico não é apenas a história (o filme é mal narrado e cortado por flashes rápidos da skyline de Nova York, parecendo a série "Nova York contra o Crime", inclusive uma visão rápida das Torres do WTC). Mas a própria Mariah, alguém devia ter lhe dito que ela não é bonita, tem uma cara esquisita (sei que os fãs vão reclamar, mas alguém precisa dizer isso para eles também), meio gaiata.

Já que queria fazer cinema, deviam ter lhe arranjado um papel meio "Funny Girl", meio Barbra, ou seja, tipo patinho feio. A garota simpática que dá certo enfrentando os problemas e não a bonita por quem que todo mundo se apaixona quando vê (para provar que há milagres, em certos momentos com o cabelo certo, a luz adequada, a maquiagem corretiva, ela até fica interessante, o problema é quando se move).

Para ser sincero, não chega a ser uma atriz assim tão ruim, é apenas fraca. O resto é que não colabora. Se esperava mais do ator/diretor Vondie Curtis-Hall (ele fez "Gridlock/ Na Contra Mão" com Tupac Shakur, e era razoável). Também a escolha do elenco é errada. Max Beesley tem cara de bandido e coadjuvante, não de galã para Mariah (devia ser alguém que lhe desse mais peso, segurança e até alguém mais bem apessoado para contrabalançar).

Enfim, é um melodrama banal (ela faz como na vida real, a filha de uma negra, no caso uma cantora alcoólatra que é forçada a lhe dar para adoção e cresce numa espécie de orfanato, a resolução da história é de irritar de ruim e convencional).

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