Harry Potter e a Pedra Filosofal (2001)

Rubens Ewald Filho

Especial para o UOL Cinema 01/01/2002

Nota 1

Do filme vocês já sabem: o livro era melhor, justamente porque tiveram que ser tão fiéis ao original (até porque haverá continuações, a próxima já chega em 2002).

Dirigido mediocremente por Chris Columbus, acertou no mais difícil, que era a escolha do elenco. Principalmente o menino que faz o protagonista, o inglês Daniel Radcliffe, que é cercado dos mais ilustres atores do Teatro e Cinema britânico, portanto inatacáveis (John Cleese, Robbie Coltrane, Richard Harris, Ian Hart, John Hurt, Fiona Shaw, Julie Walters, Maggie Smith, Zoe Wanamaker, Alan Rickman). Assim como seus dois parceiros, Rony e Hermione.

Mas não há na fita um momento de criatividade, nenhum achado, nenhuma novidade especialmente interessante. Não desagrada nenhum fã do livro, mas tampouco é uma grande obra de cinema. Conta a história direitinho, sintetizando muita coisa (por exemplo, reduzindo a apenas um o jogo de quadribol), mas contando todo o essencial (com a ajuda de efeitos especiais corretos, mas nenhum deles é novo ou especialmente original).

Mas tudo é muito esquemático, um pouco frio (a fita não tem grande emoção), sem surpresas. Fica-se com a impressão de que tudo foi submetido e questionado pela autora J K Rowling, já que tem o direito de aprovar tudo que se refere aos personagens, nada sai sem sua autorização. Obviamente é impossível transpor tudo que está num livro para um filme, mesmo ele sendo longo (com duas horas e meia, a fita acaba sendo interminável para muita gente. Mas certamente os menores terão problemas para manter a atenção durante tanto tempo).

O fato é que Harry Potter já estava destinado a ser um mega sucesso e os recordes de bilheteria em todo o mundo eram mais do que esperados. Entendam bem, o filme não é ruim. Ao contrário, é uma diversão agradável, perfeitamente adequada, raramente mais do que isso.

A edição dupla em DVD (mais de seis horas de extras) tem uma bela arte de capa, bem elaborada, mas o conteúdo não é dos melhores. Na verdade tudo não passa de um grande jogo. Por exemplo: você não poderá assistir aulas sem antes ter comprado uma varinha. Para conseguir a varinha você precisa tirar dinheiro no banco, que por sua vez precisa da chave do cofre, ou seja, você só poderá acessar os extras em uma seqüência pré-determinada. Para as crianças pode até ser um divertido passatempo, mas jovens e adultos não terão a menor paciência para ficar zapeando com o controle remoto.

As sessões são: "Tour" pelo Salão Comunal da Grifinória, pelo Grande Salão e o Quarto de Harry, "Beco Diagonal" (lá você encontra a "Loja de Varinhas Olivaras", o "Empório de Corujas" e o "Banco Gringotes"), tem o "Chapéu Seletor", faça novas experiências nas "Salas de Aula", "Biblioteca", procure pelo Espelho de Ojesed, entrevistas com o diretor e produtor, cenas adicionais inéditas (são os prêmios por passar por todos os desafios), "A Área de Hogwarts" (com Quadribol, Pomo de Ouro, cachorro de Hagrid) e material para DVD Rom (Seja selecionado pelo Chapéu Seletor; Receba mensagens da coruja; Colecione os cards dos Bruxos; Faça uma excursão para conhecer mais sobre Hogwarts; Faça downloads de extras específicos como Papéis de Parede e Lembrol; Jogos de Harry Potter e etc).

A narração é muito sem graça - além de pronunciar errado o nome da maior parte dos personagens. Tudo isso no segundo disco; no primeiro, além do filme que pode ser encontrado em duas versões, Standard, teaser e trailer e filmografias. Inicialmente anunciaram que haveria disponível a versão em Widescreen, mas tolamente só lançaram em tela cheia (Standard).