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Ficha completa do filme

Drama,Guerra

A Guerra de Hart (2002)

Resenha por Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho

Especial para o UOL Cinema 01/01/2002
Nota 1
A Guerra de Hart

Foi um inesperado e injusto fracasso de bilheteria nos Estados Unidos (para um orçamento de 70 milhões, com rodagem em Praga, para uma renda que não passou dos 19 milhões de dólares). Este filme é uma produção da MGM (que tem tido uma má temporada nesses últimos anos a ponto de comprometer sua estabilidade e saúde financeira). Sem ser nada de excepcional, é uma fita que prende a atenção, interessa e diverte (mais o público masculino, não há nenhuma mulher no elenco).

Na verdade ele é um híbrido, misturando vários gêneros: é filme de guerra (a Segunda Guerra, durante a invasão americana no fim de 1944, começo de 1945), filme de fuga de campo de concentração (que nos remete diretamente a clássicos como "Fugindo do Inferno" e "Inferno Número 17") e drama de tribunal (mais especificamente de Corte Marcial). Com pitadas de suspense também. E sem esquecer sua mensagem anti-racista.

Realizado por um competente diretor, Gregory Hoblit (que fez os talentosos "As Duas Faces de um Crime/ Primal Fear", 1996, com Richard Gere e Edward Norton; "Possuídos/ Fallen", 1998, com Denzel Washington e John Goodman; "Alta Freqüência/ Frequency", 2000, com Dennis Quaid e James Caviezel), o filme não tem nada de fora do comum. Bruce Willis faz uma participação menor, no papel do Coronel que comanda os soldados americanos que estão no campo de concentração alemão, sob o controle de uma figura clichê, o oficial nazista cínico e culto, educado em Yale (deixa-se de lado desta vez a questão ideológica ou política nem se menciona muito a derrocada próxima do sistema).

E Willis faz menos biquinho que costume. Está mais velho também. Quem tem a missão de carregar o filme nas costas é o jovem ator irlandês que foi descoberto por Kevin Spacey e fez o papel central de "Tigerland" (saiu diretamente em vídeo e DVD) e que desde então parece estar em tudo que é filme, ainda que eles não tenham sido ainda sucessos ("Jovens Justiceiros/ American Outlaws" que também saiu direto em vídeo, "Minority Report - A Nova Lei" de Spielberg, "Demolidor/Daredevil" de Mark Johnson).

Com cara de bebê chorão, sobrancelhas muito grossas (o traço mais marcante de seu rosto), Colin não se sai mal, mas tampouco desponta como revelação. Nesse meio termo, ele interpreta o papel título, o Tenente Thomas Hart, filho de um senador americano, que é feito prisioneiro, interrogado, levado primeiro de trem, depois a pé, até o campo que fica na Alemanha (em pleno inverno). Lá entra em conflito com o Coronel McNamara (Willis), é mandado para a cabana dos soldados e por ter estudado dois anos em Yale, é designado para defender um oficial negro acusado de ter matado um sargento branco que era o cara do mercado negro, fazia as transações debaixo do pano no campo.

A situação seria resolvida numa Corte Marcial realizada no campo. No fundo mais do que suspense, o filme procura ter a mensagem anti-racista (os negros são recebidos com hostilidade, porque na época o exército ainda não era "integrado") e todos se comportam de maneira extraordinariamente heróica (o único que é traidor é também o mais racista) e patriótica (apesar do filme ter sido rodado antes de 11 de setembro). Talvez isso possa incomodar muita gente.

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