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Ficha completa do filme

Aventura

Efeito Colateral (2002)

Resenha por Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho

Especial para o UOL Cinema 01/01/2002
Nota 2

Esta fita foi uma das mais famosas vítimas dos ataques terrorista de 11 de setembro. Foi adiada a estréia, na esperança de que seja menos ofensiva. O que era ruim antes, ficou ainda pior.

Nem quero entrar no mérito do tema do filme, que é apenas outra história de vingança pessoal, de um sujeito tomando a justiça nas próprias mãos, estilo "Desejo de Matar". Que já era velho há trinta anos atrás (aliás, a fita lembra muito outra de Arnold, igualmente vagabunda, "Comando para Matar").

O fato do personagem ser terrorista é apenas uma parte de uma grande besteira, que se não fossem os fatos recentes, seria apenas mais uma tolice. Agora virou estupidez.

Como cinema, o que me incomoda no filme é principalmente sua indigência. A fita é pobre de recursos narrativos (outra em que mexeram na pós-produção, acentuando ritmo, acrescentando barulhos, fazendo efeitos por computação, alguns patéticos, como a queda na cachoeira, que parece mesmo desenho animado).

Mas também me pareceu pobre de orçamento (rodaram em Vera Cruz no México, mas podiam ter feito aqui no quintal mesmo que dava o mesmo resultado). A fita já começa com um salvamento heróico de uma velha pelo bombeiro, reforçando a imagem atual do bombeiro como o grande herói americano.

A idéia do terrorismo atingir o povo americano é perturbadora, o filme nesse sentido é profético. Mas vai ficando cada vez mais absurdo e inverossímil. Há também um chefe do FBI que está impedido de agir e resolve também bancar o xerife, e vai caçar o sujeito na selva (sempre com notável incompetência, até porque o personagem é feito por um dos atores mais desagradáveis do cinema, Elias Koteas).

O curioso é que, como Arnold está ficando velho (e cada vez mais feio, mas o sotaque não mudou e a interpretação não melhorou), a fita tem relativamente pouca ação. Há dois personagens americanos, o abominável John Leguizamo, fazendo um traficante de cocaína que deseja ser cantor de rap (parece que deseja ser alívio cômico, mas nem isso funciona) e o perdido John Turturro (que tem ponta numa cadeia).

Mas a história é tão mal contada, tão absurda, que nem sequer se cria suspense (a resolução da história é sinalizada para quem prestar atenção, dá para matar com antecedência), culminando numa explosão totalmente sem sentido. Sem esquecer a presença da ítalo-espanhola Francesca Neri (que faz a mulher do líder guerrilheiro), já deformada pelas plásticas
O que espanta é a decadência do diretor Andrew Davis (seu "O Fugitivo" ao menos era profissional). Não a de Arnold, porque sempre foi ruim e continua pior ainda.

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