Fuso Horário do Amor (2002)

Rubens Ewald Filho

Especial para o UOL Cinema 01/01/2004

Nota 1

É triste e espantoso como perdeu espaço em nossas salas, outras cinematografias fora a americana. Houve tempo em que o Brasil era dos maiores mercados para a França, Itália e até mesmo Espanha. Hoje quase nunca emplacam os filmes europeus, a não ser no pequeno circuito de arte, com suas regras precisas. Assim fica difícil para ter êxito uma fita como esta que é apenas uma leve e agradável comédia romântica (totalmente comercial), feita para reunir pela primeira vez dois astros do atual cinema francês, Juliette Binoche (que é sempre um charme) e Jean Reno (que tem uma boa figura).

Não interessa se é boa ou má, o público simplesmente não vai assisti-la. Desacostumou-se. Não que seja uma obra-prima, nem que os diálogos sejam especialmente inteligentes. Mas realizado e escrito por Caroline Thompson e seu filho Christopher (o pai dela é o diretor Gerard Oury, a madrasta Michele Morgan), o filme é sobre o encontro e atração de opostos. No aeroporto Charles DeGaulle de Paris (onde se passa praticamente toda a história), por causa de greves e problemas com navegadores de vôo (fato mais comum do que se pode imaginar), estão impedidos de viajar um alto executivo de uma firma de congelados (Reno) e uma esteticista de família comunista (Binoche, que a princípio aparece cafona e excessivamente maquiada).

No início eles brigam muito (mesmo quando Reno a protege na discussão com o ex-namorado, o violento Sergi Lopez). Depois ele a convida para passar a noite no quarto do hotel do aeroporto (e aos poucos, a comida também será um dos fatores de aproximação, a tal ponto que a receita do prato especial irá constar nos letreiros do filme, ao final). Vão se conhecendo, até finalmente acabar a greve e cada um tomar seu caminho (ela está indo para o México, Acapulco, onde irá trabalhar e ele para um enterro da mãe de uma ex-mulher). Claro que não contamos o final. Basta dizer, que o filme é adequado, divertidinho, em especial para quem, como nós, aprecia a dupla.