Kedma (2002)

Rubens Ewald Filho

Especial para o UOL Cinema 01/01/2004

Nota 3

Exibida em Cannes, uma fita séria e polêmica sobre a criação do Estado de Israel em 1948. Infelizmente também é um filme chato e cansativo, por vezes insuportável. Em vez de uma narrativa tradicional, ele se fixa em alguns poucos personagens, em dez longas seqüências (você percebe que há mudança nelas, porque a imagem fica parada de tempos em tempos).

Mostra a confusão com os palestinos que resistem à invasão, com a estrada de Jerusalém fechada (ouve-se falar isso, mas não se mostra). Alguns imigrantes entram na luta, quase todos para morrer logo depois de forma estúpida.

O filme é interessante porque de vez em quando traz discursos reveladores sobre a situação dos palestinos (um deles faz um belo texto sobre a resistência, que irão gerar filhos rebeldes mesmo na prisão) e do próprio povo judeu, que no fundo não escolheu estar lá, foi parar lá pelas perseguições e circunstâncias (há outro desabafo muito tocante de um judeu).

Como o problema continua atual e contemporâneo, e também polêmico, o filme se sustenta apenas como cinema de arte. Ganhou o Prêmio da Crítica na Mostra Internacional de São Paulo.