UOL Entretenimento Cinema
 

Ficha completa do filme

Ficção Científica

Solaris (2002)

Resenha por Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho

Especial para o UOL Cinema 01/01/2004
Nota 4

Não confundir com a refilmagem de 2002, feita por Steven Sderbergh, com George Clooney, inspirada no mesmo livro original. Aqui numa cópia excelente que faz parte do Box "Andrei Tarkovski - Coleção Definitiva vol. 1". Vencedor do prêmio Especial do Júri em Cannes, esta ficção científica foi chamada de a resposta russa a "2001, Uma Odisséia no Espaço". Mas a única semelhança é que ambos têm conteúdo místico. Lembra mais "O Planeta Proibido", 1954, caso este tivesse sido dirigido por um Ingmar Bergman.

Tem também bastante semelhança com o filme testamento do diretor, "O Sacrifício", com a mesma simbologia de Homem-Família, Lar-Natureza. A história é difícil de resumir. Tarkovski usa o cinema para mostrar a dolorosa relação que um homem pode ter com sua imaginação, colocando em confronto duas maneiras de pensar: a fria tecnologia que é capaz de dissecar seus próprios fantasmas, em busca de explicações racionais. E o instinto, o amor, que prefere as relações pelas sensações, pela intuição.

É uma obra difícil e profunda, fora dos padrões comerciais. A narrativa é lenta, até monótona, principalmente na primeira parte. Para públicos especiais. Os extras estão num dossiê que acompanha o Box.

Resenha por Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho

Especial para o UOL Cinema [resenha-data-cadastro]
Nota 1

Outro que não vi nos cinemas, mas estava curioso, afinal foi dirigido por Steven Soderbergh ("Traffic") em cima do romance de ficção científica que deu origem também ao famoso e indecifrável filme russo homônimo de Tarkovsky, de 1972. Concordo com a maior parte das pessoas que o achou extremamente lento e até cansativo. Claro que esses não viram o original que embora artístico leva ao desespero com sua lentidão (curiosamente não usam sua imagem mais forte, o planeta que é um grande oceano).

O filme fracassou embora tenha sido promovido por mostrar o traseiro de George Clooney (numa cena boba e nada erótica). Tudo indicando a queda de nível de inteligência das platéias modernas. Incapaz de raciocinar e mesmo suportar um filme mais intelectualizado (o roteiro também do diretor tem ainda o cuidado de explicar tudo o que sucede, inclusive com filosofias e tudo). Clooney faz um astronauta que vai atrás dos colegas que foram para o planeta Solaris e agora correm perigo. É que por lá há uma capacidade de criar uma espécie de clone de pessoas importantes na vida deles, no caso do herói ressurge a mulher que ele amou e perdeu (a sempre interessante Natascha McElhone de "Truman Show").

Isto é, um filme com drama existencial. Ele amou e perdeu a mulher amada, agora a reencontra e pode perdê-la de novo. Acho boa a história, assim como é muito bonito o visual, toda a recriação do futuro e da astronave. É muito raro hoje em dia se ver o que é basicamente um filme de arte feito por Hollywood com elenco e equipe "Classe A" (foi uma produção de James Cameron). Mas certamente não é para todos. Curioso que o diretor Soderbergh assina também a Fotografia e a Montagem, respectivamente como Peter Andrews e Mary Ann Bernard.

Compartilhe:

    Siga UOL Cinema

    Sites e Revistas

    Arquivo