Se você achou o primeiro "Xuxa e os Duendes" ruim, não perde por esperar. Este é muito, mas muito pior. O original tinha boa produção, trama adequada, efeitos que não comprometiam, servia como diversão infantil (ajudado mesmo por suas participações especiais de chiques e famosos). Mas algo sucedeu nesta continuação feita às pressas e, ao que parece, sem a orientação da antiga produtora Marlene Mattos.
O fato é que, tecnicamente, o filme é ruim. Rodado em Alta Definição (HDTV), tem imagem granulada e de má definição (particularmente em cenas interiores e noturnas). Tem um dos merchandisings mais escandalosos da História do Cinema brasileiro, que aliás tem um passado triste no assunto: não só de uma escola de inglês, mas de uma marca de biscoito que é um comercial inteiro e irritante. E deve ter faltado dinheiro na produção porque tudo é muito feio, a direção de arte é horrorosa e muito, mas muito pobre (repare no chão da porta da casa das bruxas, dá para ver a lona mal ajustada). O castelo (em miniatura) pegando fogo parece coisa digna de fita de Ed Wood.
Além da fita conseguir o feito notável de tornar Vera Fischer feia, mais que isso, está um monstro com pele bronzeada de escuro (o que é aquilo, meu Deus), com peruca branca e olhos/lentes também brancas. Nem drag queen é tão assustadora (para não falar da voz que parece vir das profundezas).
Melhor sorte tem Zezé Motta (que só parece desconfortável com as lentes), e mesmo o galã Luciano Szafir (que considerando como é ruim não chega a se comprometer). Ana Maria Braga mal se vê (sorte dela). As crianças gritam, falam esganiçado e com sotaque carioca irritante. E Xuxa continua a dar sinal da idade e cansaço. Está pronta para fazer papel de tia. Há algumas canções (poucas), mas mal colocadas e mal aproveitadas na trama.
Assinado por dois diretores, é um lamentável desastre. Apesar de tudo, o filme foi bastante bem de bilheteria, prova do grande carisma de Xuxa.