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Ficha completa do filme

Aventura

A Liga Extraordinária (2003)

Resenha por Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho

Especial para o UOL Cinema 01/01/2003
Nota 3
A Liga Extraordinária

Este foi o maior desastre da temporada de verão norte-americano de 2003. Não tanto em bilheteria (custou 78 milhões e rendeu 68 milhões de dólares), mas em resultado. Desagradou os fãs do quadrinho original (que, desta vez, abominaram o resultado), a crítica e até o astro Sean Connery (que brigou feio com o diretor Stephen Norrington, já nas filmagens e não reataram no lançamento do filme, continuando a se xingar mutuamente).

Aparentemente, Norrington não seria uma má escolha, porque tem um passado em efeitos especiais e demonstrou certo talento em "Blade" (no primeiro, embora eu goste mais do segundo). Ledo engano. Todas as decisões criativas do filme me pareceram erradas. Desde a inclusão de um herói jovem e norte-americano na liga, na figura de Tom Sawyer, até porque o personagem é mal explorado e mal interpretado (pelo conhecido Shane West).

Principalmente, é um filme feio. A direção de arte é de mau gosto, os efeitos especiais são sofríveis e nada convincentes (nem no submarino Nautilus muito menos na destruição de Veneza). E tudo culmina com um boneco digital à moda de Hulk (no caso, "O Médico e o Monstro", Dr. Jekyl and Mr. Hyde, quando este se transforma em monstro). Não gostei de nada. Nem do roteiro, nem da resolução da história. Nem mesmo de Connery, que está em um de seus momentos menos brilhantes.

O ponto de partida até que é curioso. Uma espécie de liga que reúne alguns dos homens mais brilhantes de seu tempo (a Era Vitoriana), todos eles extraídos de livros (ou seja, são ficção) que já estão em domínio público. Por outro lado, os jovens mal informados nunca ouviram falar deles (ou de todos eles).

Enfim, eles são Allan Quatermain (de "As Minas do Rei Salomão"), O capitão Nemo (de "Vinte Mil Léguas Submarinas"), a vampira Mina (coadjuvante em "Drácula", de Bram Stoker), Dr. Jekyll (de Robert Louis Stevenson, já mencionado), assim como Tom Sawyer (de Mark Twain, que virou agente secreto), Dorian Gray (aquele do retrato criado por Oscar Wilde, que acabou virando imortal aqui). E ainda o Homem Invisível (de que ninguém lembra o nome real, Rodney Skinner).

Tem gente que não se incomodou com a pobreza e feiúra do resultado e achou que o filme até pode ser visto como passatempo. Discordo, mas quem quiser arriscar, ao menos não terá expectativas. Saiu primeiro em edição vanilla, exclusiva para locação, sem extras.

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