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Ficha completa do filme

Comédia,Romance

Abaixo o Amor (2003)

Resenha por Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho

Especial para o UOL Cinema 01/01/2004
Nota 1
Abaixo o Amor

Parecia uma boa idéia: fazer uma comédia romântica que lembrasse os filmes de Doris Day e Rock Hudson no começo dos anos 60. Essa é a proposta dos roteiristas estreantes Eve Ahlert e Dennis Drake que resultou neste "Abaixo o Amor". Só que o filme foi um tremendo fracasso de bilheteria nos EUA (custou 45 milhões e não rendeu mais do que 20), o que leva todo mundo a crer que não deu certo.

Nem tanto. É preciso lembrar que mais de 40 anos depois é difícil alguém se recordar direito de como era o gênero. Os jovens de então estão com 60 anos hoje e os jovens atuais não têm a menor idéia do que foi "Confidências a Meia Noite" e seus sucedâneos. Portanto a referência está muito longe para funcionar.

Não sei se foi uma boa idéia que o diretor Peyton Reed (que fez "Teenagers - As Apimentadas") tivesse adotado uma linha de caricatura, por sinal muito rara no cinema americano, onde se costuma fazer tudo a sério, straight, sem chanchar. Mas aqui é tudo exagerado, carregado, satírico, desde a cenografia até o figurino (há algumas falhas de recriação de época, mas nada muito grave porque afinal de contas é tudo estilizado. Mostra um mundo como Hollywood o descrevia, e não como era na realidade).

Também foi infeliz com os atores centrais. Ainda que Renée Zellweger ("Chicago") e Ewan McGregor ("Moulin Rouge") sejam também cantores (e interpretem no clip musical do fim, aliás um dos melhores momentos da fita), ambos estão fracos, principalmente no começo da fita. Renée faz biquinho (será citação de Marilyn Monroe?), mas em especial quando usa chapéu, lembra muito Doris Day, e Ewan emagreceu demais, está frágil e esquisito, até amaneirado.

Também o roteiro leva muito tempo para fazer a exposição. Só quando Barbara Novak se revela, já na terceira parte, é que o filme toma corpo e fica mais interessante. Há também uma referência explícita ao gênero colocando no elenco Tony Randall (como o dono da editora) que era o terceiro nas fitas da dupla Doris e Rock.

Se a princípio a fita parece estranha, ela vai melhorando. Chega a ser simpática e engraçadinha, até divertida. Tem algumas sacadas (mas é preciso conhecer o original). Mas se você for como eu, conhecedor e admirador do gênero, vai apreciar melhor o filme, que é repleto de sub-entendidos e piadas de duplo sentido. Inclusive usando telas divididas. Periga de virar cult.

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