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Animação

O Expresso Polar (2003)

Resenha por Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho

Especial para o UOL Cinema 29/11/2005
Nota 1

Sob o custo de US$ 300 milhões, "O Expresso Polar" é um dos filmes mais caros de todos os tempos. Curiosamente, também é um filme direcionado a crianças bem pequenas, que ainda acreditam em Papai Noel e não sejam descrentes como o jovem herói da história.

Adultos, fiquem prevenidos. Se você não for fã de cinema de animação, é provável que vá se aborrecer com o filme. Basicamente, "O Expresso Polar" é um filme experimental, que expande as barreiras da tecnologia cinematográfica.

É um filme praticamente sem atores, substituídos por modelos cheios de pontos luminosos, interpretando a partir de uma tela de projeção, uma espécie de prosseguimento ao que o filme japonês "Final Fantasy" (2001) já havia tentado, sem muito êxito.

Apesar de ter reunido novamente a dupla vitoriosa de "Forrest Gump"(pioneiro no uso dramático dos efeitos digitais) e "O Náufrago", o diretor Robert Zemeckis e o astro Tom Hanks, o projeto também é apenas relativamente bem-sucedido.

Deve funcionar muito bem para crianças que ficarão menos incomodadas com as falhas, como os movimentos dos olhos, que são estranhos, assim como o andar e a postura dos personagens.

Ou seja, é tudo muito bonito, luminoso, original e realmente parece pinturas a óleo em movimento. Mas cadê a história? Na verdade, é espantoso qu eesse filme tenha sido adaptado de livro extremamente curto e sucinto (seus desenhos inspiraram o visual da animação). A história foi recheda de incidentes e personagens, de modo que não há um instante de tédio.

Igualmente espantoso é como Hanks, que também é co-produtor, se submeteu à experiência de interpretar cinco personagens. Alguns deles são óbvios: o condutor do trem, Papai Noel, o pai do menino, um vagabundo que é meio Anjo da Guarda. Até aí, normal, já que todos têm traços semelhantes. Mas ele interpretou também o herói, o menino, o que não é perceptível à primeira vista. O que não deveria ser tão estranho assim, porque Hanks fez também algo parecido em "Quero ser Grande".

As peripécias são curiosas porque incluem referências a diversos filmes como "Uma Cilada para Roger Rabbit" e "Um Conto de Natal". E preste atenção, cinéfilo, porque o vagabundo fantasma que anda no trem não é outro se não O Imperador do Norte feito por Lee Marvin no filme de Robert Aldrich ("Emperor of the North", 1973. O que tem tudo a ver com o título deste filme).

Inventam-se para o filme dois protagonistas infantis, um garoto pobre e uma menina negra com talentos de líder, tudo política e comercialmente correto. Não falta nada: como um "ride" de parque de diversões, o filme tem ao menos três cenas que parecem uma descida de montanha russa. Há um número musical moderno e coreografado (sobre chocolate quente), um par de canções (uma delas foi indicada ao Oscar, "Believe", além de indicações para melhor som e edição de som) e até uma participação do roqueiro Steven Tyler e o seu Aerosmith.

Também não faltam as mais famosas canções natalinas na trilha musical, incluindo "Jingle Bells" e "White Christmas". No entanto, sua mensagem de boa vontade natalina acaba soando falso para qualquer um com mais de 12 anos. É preciso então se deliciar com um festim visual sempre interessante.

Edição em DVD sai em duas versões. Uma, para aluguel, com apenas trailers e quebra-cabeças e outra especial, com música adicional, documentário "Você me Parece Familiar", making of ("Uma Passagem Autêntica"), "Uma Verdadeira Inspiração: A Proeza de um Escritor", de Josh Groban, apresentação no Greek Theater, Os Bastidores de Acredite (making of), o jogo "O Expresso Polar" e "Conheça os Anjos da Neve" (making of) e trailer.

Resenha por Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho

Especial para o UOL Cinema [resenha-data-cadastro]
Nota 1

Este é provavelmente o filme mais caro de todos os tempos (tendo custado por volta de 300 milhões de dólares). Curiosamente também é um filme infantil, endereçado a crianças bem pequenas, de preferência que ainda acreditem em Papai Noel e não sejam descrentes, como o jovem herói da história.

Adultos, fiquem prevenidos, devem se aborrecer com o filme, com uma única exceção: os admiradores do cinema de animação. Já que basicamente este é um filme experimental, que expande as barreiras da tecnologia cinematográfica. Um filme praticamente sem atores. Onde eles são apenas modelos cheios de pontos luminosos interpretando de uma tela de projeção (no estilo do chroma keys da televisão, ou Blue Screen como eles chamam). Prosseguindo o que o filme japonês "Final Fantasy" (2001) já havia tentando sem muito êxito.

Apesar de ter reunido novamente a dupla vitoriosa de "Forrest Gump, o Contador de Histórias" (que foi pioneiro no uso dramático dos efeitos digitais de computador) e "Náufrago", o diretor Robert Zemeckis e o astro Tom Hanks, o projeto também é apenas relativamente bem sucedido. Deve funcionar muito bem para crianças que ficarão menos incomodadas com as falhas (os movimentos dos olhos são estranhos, eles ficam parecendo ETs, assim como o andar, a postura dos personagens também é desajeitada e truncada).

Ou seja, é tudo muito bonito, luminoso, original, fica realmente parecendo pinturas a óleo em movimento. Mas cadê a história? Na verdade, é espantoso o que conseguiram fazer com um livro extremamente curto e sucinto (seus desenhos inspiraram o visual do filme).

Se fossem fiéis, não dava nem um curta de cinco minutos. Mas rechearam a história de incidentes e personagens, de forma que não há um instante de tédio. Igualmente espantoso é como Hanks se submeteu a esta experiência que deve ter sido exaustiva (ele também assina como co-produtor), já que ele faz cinco personagens. Alguns óbvios: o condutor do trem, Papai Noel, o pai do menino, um vagabundo que é meio Anjo da Guarda.

Até aí, normal, já que todos têm seus traços fisionômicos. Mas interpretou também o herói, o menino, o que não é perceptível ao mal informado. O que não deveria ser tão estranho assim, porque Hanks fez também algo parecido em "Quero ser Grande" ("Big").

As peripécias são curiosas porque incluem referências (Zemeckis por exemplo, faz aparecer Jessica Rabbit de seu filme "Uma Cilada para Roger Rabbit", além do boneco de Scrooge, o Sovina de "Um Conto de Natal", de Dickens. E preste atenção cinéfilos, porque o vagabundo fantasma que anda no trem não é outro se não "O Imperador do Norte", feito por Lee Marvin no filme de Robert Aldrich ("Emperor of the North", 1973. O que tem tudo a ver com o título deste filme).

Inventam-se para o filme dois protagonistas infantis, um garoto pobre e uma menina negra com talentos de líder, dentro do politicamente e comercialmente correto. Não falta nada: como um ride de parque de diversões, o filme tem ao menos três cenas que parecem descida de montanha russa.

Há um número musical moderno e coreografado (sobre chocolate quente), um par de canções (uma delas foi indicada ao Oscar, "Believe", além de indicações para Melhor Som e Edição de Som) e até aparição roqueira de Steven Tyler e o Aerosmith. Sem esquecer praticamente todas as mais famosas canções natalinas na trilha musical, incluindo "Jingle Bells" e "White Christmas".

No entanto, sua mensagem de boa vontade natalina acaba soando falso para qualquer um com mais de 12 anos. É preciso então se deliciar com um festim visual sempre interessante.

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