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Ficha completa do filme

Drama

Uma Amizade sem Fronteiras (2003)

Resenha por Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho

Especial para o UOL Cinema 26/04/2005
Nota 1

Já chamei Omar Sharif de muitas coisa, mas nunca de bom ator. Claro que é um homem de charme, elegância, presença e até carisma. Mas talvez até por causa de seu tipo sorumbático, sinistro, Sharif ficou limitado a interpretar playboys e árabes (embora tenha sido até oficial nazista em "Noite dos Generais", um dos grandes erros de escolha de elenco de todos os tempos na minha opinião). E com o tempo o ator foi se desinteressando da sétima arte, preferindo o jogo ao cinema.

Seu retorno no atual momento é bem-vindo, com bom personagem e em um filme que faz tempo ameaçava estrear. "Uma Amizade sem Fronteiras" traz a melhor interpretação de Omar Sharif e, no conjunto, falta pouco para que o filme seja considerado excepcional.

A película apresenta os elementos que dão o verniz de adaptação de história real: um garoto judeu (Pierre Boulanger), já adolescente, vive numa rua pobre de Paris, junto do pai infeliz e rodeado de prostitutas. Tenta fazer bicos para sobreviver e para levar comida para casa. Por isso, aos poucos, vai ficando amigo de um mulçumano (na verdade turco_ Sharif) que é o dono de um mercado ali no bairro. O jovem passa pelos problemas de sempre (a namoradinha que o despreza por outro, a iniciação com uma prostituta simpática), mas aos poucos os dois, apesar das origens diferentes, acabam ficando amigos.

A relação entre o moço pobre e o dono de loja é quase de pai e filho, se estabelecendo de tal maneira que chegam a ir juntos em viagem até a terra natal do velho Ibrahim (Sharif). Sem nunca cair no sentimentalismo, o filme tem um final levemente melancólico, mas se defende bem ao contar história humana com algumas curiosidades (como por exemplo, a aparição de amiga da personagem prostituta de Isabelle Adjani, que faz um tipo estrela dos anos 50, meio Brigitte Bardot, que roda a cena no bairro).

Vale por ver Omar Sharif melhor do que nunca. Ele ganhou o César de melhor ator e o garoto foi melhor ator no festival de Chicago. "Uma Amizade Sem Fronteiras" foi indicada ao Globo de Ouro e ao Goya, e Sharif ganhou o prêmio do público como melhor ator no Festival de Veneza.

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