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Ficha completa do filme

Comédia

Entrando numa Fria Maior Ainda (2004)

Resenha por Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho

Especial para o UOL Cinema 01/01/2005
Nota 1

Os americanos deliraram com o filme, transformando-o no grande sucesso de bilheteria do fim de 2004. Mas não esperem muito desta continuação de "Entrando numa Fria". Até porque grande parte das piadas é em cima do trocadilho com o palavrão intraduzível que também é o sobrenome do herói (que se chama Gaylord Focker), feito por Ben Stiller. Assim, o maior riso é com o nome da noiva dele, que se chamará Martha Focker depois de casada (essa só para quem entende inglês).

Fora disso, a comédia é bem menos engraçada do que promete e foi exagero os críticos americanos se derramarem a elogios ao retorno de Barbra Streisand, depois de uma ausência desde "O Espelho tem Duas Faces", de 1996, e pela primeira vez no papel de velha e mãe (Barbra está gorda e matrona, mas me pareceu com o rosto deformado pelo botox. E sempre com uma fita no pescoço para esconder as marcas da idade).

Ela está até divertida como uma conselheira sexual para a terceira idade. Mas lhe faltam melhores cenas, melhores piadas, momentos mais divertidos. Ainda assim dá para se ver as aventuras de Ben Stiller e sua noiva Teri Polo (que não tem nada a fazer) que acompanham seus futuros sogros, pais da moça, novamente Robert De Niro e Blythe Danner (em sua nova perua-trailer) até Miami onde vivem os pais de Ben, Barbra e Dustin Hoffman (que aparece no filme fingindo que sabe lutar a capoeira brasileira, que ele pronuncia errado na primeira vez. Aliás, pelo jeito faltou a aula porque o que faz nada tem a ver com a luta baiana).

O filme tem bastante piadinhas grossas (por exemplo o cachorro de Dustin é tarado e persegue e pega o gato da família de De Niro. Será engraçado isso?) e continua também mostrando De Niro com sua mania de continuar a ser da CIA, suspeitando que Ben teve um filho com sua empregada latina e que o garoto agora já é um adolescente.

Tudo isso poderia ser mais engraçado e provoca a ocasional risada. Mas nunca para justificar tal êxito. O fato é que acho muito esquisito e sintomático reunir três dos maiores astros de Hollywood pela primeira vez, Streisand, Hoffman e De Niro, cada um deles com dois Oscars cada e juntá-los numa comedinha (que ainda por cima é uma continuação). Não uma grande obra de arte, mas um besteirinha facilmente esquecível.

Que fim levou aqueles astros tão cheios de exigências, de compromissos, de frases cheias sobre arte e o destino do cinema? Tanto papo furado para quê? Para agora fazerem uma fitinha dessas? De Niro a gente já desistiu faz tempo, mas Streisand francamente podia ter voltado com algo mais do que uma paródia de Bette Midler.

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