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Ficha completa do filme

Comédia

Família Rodante (2004)

Resenha por Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho

Especial para o UOL Cinema 01/01/2006
Nota 3

Apesar do prestígio atual do cinema argentino, o filme não cumpre o prometido do título. Não é nem uma daquelas comédias de costumes divertidas sobre crises familiares que se deflagram durante uma viagem (de trailer adaptado). Que os italianos fizeram muitas vezes.

Seu problema é que o roteirista e diretor Trapero não quis realizar uma narrativa convencional, contando uma história com diálogos escritos e cenas marcadas. Preferiu um estilo semi-documentário, realista, quase que como um voyeur, observando os personagens que falam de forma espontânea (aparentemente de improviso).

Por causa disso, temos dificuldade de primeiro identificá-los, depois de gostar deles e achar alguma graça no que poderia ser interessante. É como se a gente estivesse se intrometendo, se metendo na vida do vizinho, ao conhecer a heroína, uma senhora de mais de setenta anos, que vive no subúrbio e que um dia recebe um telefonema convidando-a para ser madrinha num casamento de uma prima que mora em Missiones, que fica distante mil quilômetros de Buenos Aires. E vai a família toda num fim de semana, num carro adaptado um motor home.

Acontecem os incidentes: o jovem casal de primos que experimenta sexualmente, ciúmes entre casais, problemas com os guarda rodoviários, peça do carro que quebra e assim por diante. Mas tudo nos deixa indiferentes e distanciados.

Não fica nem comédia tradicional (aliás não sei se dá para classificá-lo assim), nem tem profundidade dramática. Estranhamente (nem tanto para quem conhece festivais e sabe como são malucos esses júris), ganhou dois prêmios em Gijon (atriz e diretor) e crítica em Guadalajara (vai ver os outros eram piores). Mas a mim não agradou ou convenceu.

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