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Ficha completa do filme

Terror

Madrugada dos Mortos (2004)

Resenha por Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho

Especial para o UOL Cinema 01/01/2004
Nota 3
Madrugada dos Mortos

Até que começa bem, tudo muito rápido, interessante, inesperado. Sem dar maiores explicações. Uma enfermeira chega em casa cansada, num subúrbio Spielbergiano de casas e ruas iguais em Milwaukee, encontra o marido e logo dorme. No dia seguinte, eles são acordados assustadoramente pela garota pequena do vizinho, toda manchada de sangue, que morde o pescoço do marido. Não é vampira, é zumbi, morta-viva e quem for mordido, vira também como eles.

Carnívoros e antropófagos (mas só comem vivos), eles não têm capacidade de raciocínio, mas são obsessivos, perseguindo a vítima para sempre. Só podem ser mortos com um tiro ou golpe na cabeça. Morto o marido, a heroína Ana (a canadense Sarah Polley que costuma fazer filmes de arte) sai correndo desesperadamente pelas ruas da cidade em chamas, até encontrar um policial (Ving Rhames) e outros sobreviventes. Juntos vão se refugiar num Shopping. Só que daí em diante, este filme acaba se perdendo.

Depois de meia hora, com a necessidade de apresentar os personagens, deixa os zumbis gritando lá fora enquanto todo mundo se comporta de forma estúpida e burra (uma moça, por exemplo, por causa de um cachorro que adotou, bota tudo a perder). Nenhum deles é especialmente atraente ou interessante. E a fita vai caminhando em círculos, com atores mal aproveitados (em particular, Ving, que não tinha porque aceitar um personagem neutro) e uma história mal contada. Não tem nem mesmo o humor que parece fundamental para o gênero (como no famoso e popular "A Volta dos Mortos Vivos"/ "Return of the living Dead", de Dan O'Bannon, de 1985, que fez muito sucesso no Brasil).

Oficialmente esta é uma refilmagem de um clássico do gênero, "Zumbi, Despertar dos Mortos"/"Dawn of the Dead", 1978, que foi feito pelo mestre do assunto George Romero, que praticamente inventou (ou reinventou o gênero e suas convenções com o quase amador "A Noite dos Mortos Vivos"/ "The Night of the Living Dead", 1968). O original tinha um visual muito anos 70, mas era notável pela idéia de ficarem ilhados no Shopping, cercados por milhares de zumbis. Coisa que esta versão não sabe aproveitar.

Utiliza alguns dos atores do original em pontas (mas eles nunca foram famosos) e o roteiro de James Gunn é muito fraco (ele fez também o primeiro "Scooby Doo"). E depois de concluída a história, ainda há uma reviravolta durante os letreiros finais, por isso espere até o fim. Mas fique prevenido: não é um bom final. Porém, o filme tem seus fãs, principalmente entre os admiradores do gênero.

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