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Ficha completa do filme

Drama

O Cachorro (2004)

Resenha por Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho

Especial para o UOL Cinema 25/04/2006
Nota 1

O cinema argentino está acertando em quase tudo e com grande freqüência. O que nos faz ter o maior respeito por um filme como "O Cachorro", de Carlos Sorín, diretor do bom "Histórias Mínimas", vencedor do prêmio da Crítica no Festival de San Sebastián (o maior da Espanha) e indicado para sete prêmios pelos críticos argentinos.

O filme, protagonizado por amadores, é notável pela originalidade da história. Embora a cinofilia seja um negócio de milhões de dólares, não se fazem filmes sobre o assunto. Aqui um sujeito de 50 e poucos anos, que vive na Patagônia, perde o emprego num posto de gasolina e não consegue outro (ele tenta vender facas cujo cabo ele mesmo faz, mas está perdendo o espaço para as importadas do Brasil).

Vivendo com a filha numa casa pequena, tudo vai de mal a pior. Até que ele ganha um cachorrão, da raça Dog Andino, que tem nome ridículo (Bombom Le Chien), mas que é forte e violento. O cão é tão vistoso que logo o seu dono faz contato com um treinador de cachorros para exposições, que o leva a competir pela primeira vez em Baía Blanca, em que o ó cão é premiado.

Mas há problemas sérios. O sócio é preso depois de uma briga, e o cachorro não quer cruzar _Ou não sabe ou não gosta. Quando o filme tinha tudo para ficar trágico, ainda mais melancólico, o roteiro consegue solucionar tudo de uma maneira muito limpa e digna.

"O Cachorro" é um filme discreto, matizado, sensível, sobre gente comum, sem cair em clichês. Talvez isso seja resultado do padrão cultural da Argentina, que é sem dúvida mais alto que o do Brasil, e isso resulta em um cinema melhor do que o brasleiro também.

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