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Ficha completa do filme

Comédia

Dizem Por Aí... (2005)

Resenha por Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho

Especial para o UOL Cinema 01/01/2006
Nota 3

Ted Griffin escreveu o roteiro e começou a filmar quando o estúdio insatisfeito resolveu despedi-lo, substituindo-o na última hora pelo mais experiente Rob Reiner, que não estava vivendo um bom momento profissional, mas que ao menos tem experiência com este gênero de comédia romântica (mesmo que um pouco fora do comum).

Griffin deve ter começado cronologicamente as filmagens, porque os primeiros minutos são especialmente ruins. Há cenas completamente gratuitas e improváveis (como o casal querendo transar no banheiro do avião, o que é mal feito e sem graça). Problemas técnicos graves (no começo, há falhas de continuidade e na cena do aeroporto é incrível que tenham deixado passar um reflexo de luz na câmera, coisa que poderia ter sido corrigida em computador na pós-produção). Felizmente depois de uns 15 minutos melhora, mesmo sem conseguir dar certo, até porque tem a resolução errada (será que Jennifer realmente ama a pessoa que ela escolhe? Será que dá para esquecer certas coisas? Duvido muito).

Ou seja, o filme é muito menos do que se poderia esperar. Mas não adianta criticar Reiner porque ele não é culpado. Como projeto para o estrelato de Jennifer depois do final de "Friends" e do casamento com Pitt, o filme é também fraquinho. Ela não está tão errada quanto no anterior "Fora de Rumo" (onde faz mulher fatal, mas interpreta igualzinho a seu personagem na série de tevê). Não acrescenta grande coisa, nem chega a ter maior magnetismo pessoal. E francamente, o roteiro não ajuda.

O boato, ou rumores como agora resolveram dizer, copiando o inglês, é que o livro de Charles Webb que deu origem ao filme "A Primeira Noite de um Homem" ("The Graduate") é inspirado em fatos reais, sucedidos no subúrbio rico de Los Angeles, chamado de Pasadena. Então quando Jennifer, uma jornalista iniciante que vive em Nova York e mora com um advogado bem sucedido com quem deve ser casar logo (Mark Ruffalo), retorna para casa para o casamento da irmã menor (Mena Suvari, de "Beleza Americana") e descobre através de uma amiga de sua falecida mãe (Kathy Bates, não creditada e muito loira), que o filme teria sucedido em sua própria família.

Ou seja, Anne Bancroft seria sua própria avó (Shirley MacLaine) e o protagonista (Dustin Hoffman no filme) teria transado tanto com ela, quanto a mãe dela. Isso deixa a moça tão intricada que vai atrás dele. Não com muita surpresa descobrimos que ele agora é um super milionário e feito por Kevin Costner (que até convence).

Será que devo contar o resto? Acho que não. O fato é que a situação é inusitada e embaraçosa e não do melhor gosto. Mas ao menos o filme fica mais sofisticado (como ambientes e produção), usa melhor as canções (inclusive as de "The Graduate") e tem algumas confusões divertidas.

Embora, de longe, a melhor coisa da fita seja a presença até curta de Shirley, que na sua nova linha de fazer avós, nunca exagera, nas caras e bocas, mas extrai todo o humor possível das situações e certos momentos particulares. E o filme precisa muito dela e a platéia agradece. Shirley chegou a ser indicada ao Globo de Ouro de Coadjuvante.

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