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Ficha completa do filme

Policial

Marcas da Violência (2005)

Resenha por Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho

Especial para o UOL Cinema 01/01/2006
Nota 4

Nos primeiros cinco minutos do filme, comecei a resmungar para a pessoa que estava do meu lado, dizendo que não acreditava que o filme pudesse ser tão fake, tão artificial. Que havia algo errado com ele. Dali a alguns minutos tudo ficou claro, o que eu estava reclamando era proposital, o diretor David Cronenberg tinha pedido de seus atores (embora seja só perceptível para o olho treinado) exatamente aquela falsidade para já dar a dica da história que iria contar depois.

Exibido em Cannes e fracasso nos EUA, este novo filme do brilhante diretor canadense talvez seja seu trabalho mais acessível e popular desde os excessos de "A Mosca". Mesmo sendo violento (até porque é baseado num graphic novel).

Rodado no Canadá, passado numa cidade fictícia de Indiana, é sobre um sujeito, Tom (Viggo Mortensen, de "O Senhor dos Anéis" num bom momento), que é dono de uma lanchonete, tem mulher e filhos, ou seja, leva uma vida normal. Até o dia em que aparece um gângster que o ameaça, dizendo tê-lo reconhecido como um pistoleiro e seu antigo inimigo.

Tom nega tudo mas eles insistem e cercam sua casa, provocando sua reação feroz. Como um sujeito experiente ele rende e mata os adversários. Resta-lhe, portanto revelar sua verdadeira identidade, para desgosto da esposa (Bello). Provando outra vez que não se foge do passado nem de uma história de violência.

Por isso que eu havia implicado com toda aquela situação inicial, é porque logo depois haveria uma enorme reviravolta e um novo ajuste de contas, com Tom indo para a cidade grande reencontrar seu irmão, este realmente rico chefe de quadrilha (William Hurt acorda de seu torpor habitual e tem uma pequena mas notável participação, que lhe rendeu uma indicação ao Oscar de Coadjuvante) no que acaba sendo um banho de sangue.

Espero não ter contado demais. O fato é que gostei do filme, acho Cronenberg um cineasta criativo e talentoso, especialmente com cenas de ação e violência. Que por vezes também é engraçado, meio grotesco, brutal, inesperado.

Os cineastas John Carpenter e George Romero, ambos famosos por fitas de terror, fazem pontas, o primeiro como um passante na rua que diz alô, outro como garçom que serve ovos na lanchonete.

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