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Ficha completa do filme

Aventura

O Novo Mundo (2005)

Resenha por Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho

Especial para o UOL Cinema 19/09/2006
Nota 3

Com apenas dois filmes no currículo, o roteirista e diretor Terrence Malick conseguiu uma grande reputação com a crítica ao tratar de temas sociais típicos dos EUA. Revelador de grandes talentos, tornou conhecidos os atores Sissy Spacek, Martin Sheen, Sam Shepard e Richard Gere. Introduziu o diretor de fotografia Nestor Almendros (famoso na França) nos Estados Unidos, através de seu estupendo trabalho na iluminação de "Cinzas no Paraíso" (vencedor de Oscar de fotografia em 1978), todo inspirado em quadros e paisagens do pintor Andrew Wyeth.

Seu primeiro longa, "Terra de Ninguém", de 1974 foi um interessante estudo sobre os anos 1950, filmado nos desertos dos EUA e dirigido sempre com o mesmo cuidado com a fotografia e com a composição de grandes planos gerais (sua marca registrada). Depois de uma ausência de 20 anos, retornou com "Além da Linha Vermelha", com um elenco de astros e pelo qual foi indicado a sete Oscar.

Malick então realizou "O Novo Mundo", um projeto antigo que não deu muito certo. O filme é lento e longo e conseguiu apenas uma indicação ao Oscar (fotografia).

Trata-se da história que teria sido o famoso romance entre John Smith (o irlandês Colin Farrell, outra vez interpretando com as sobrancelhas) e a índia americana Pocahontas (Q´Orianka Kilcher, de 17 anos, bem interessante). Com luz natural, de forma lenta e com poucos diálogos, o filme vai mostrando como chegaram os colonizadores ingleses, em 1607, à região dos índios algonquins (os diálogos deles são nessa língua), onde aos poucos surge o romance improvável.

O mais estranho é que na hora final o filme tem uma reviravolta inesperada com a entrada de outro galã na história (Christian Bale) e com uma conclusão que historicamente parece ser verdadeira, mas que mesmo assim é um pouco frustrante.

Escrito no final dos anos 70, o filme tenta ser o mais fiel possível aos escritos de Smith (autor de sete livros sobre o tema), à reconstrução dos ambientes, ao cenário etc. E se dá ao luxo de ser rodado em câmeras de 65 mm, que deram mais nitidez ao resultado na tela. Mesmo assim, o resultado é frio, distanciado, por vezes aborrecido.

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