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Ficha completa do filme

Aventura

Sahara (2005)

Resenha por Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho

Especial para o UOL Cinema 10/01/2006
Nota 1

"Sahara" não passa de uma aventura banal, sem novidades. Muito mais curioso é o fato de o filme ser dirigido por Breck Eisner, filho do então "big boss" da Disney, Michael Eisner.

O longa custou US$ 130 milhões e não rendeu nem US$ 70 milhões nos EUA. Além disso, provocou uma complicada situação porque Clive Cussler, autor do livro original, não gostou do resultado e processou os realizadores, já que ele tinha aprovação do resultado final. Ou seja, o que chama a atenção para esse filme é o fato de ter sido feito pelo filho de um multimilionário que, em vez de procurar fazer um trabalho pessoal ou ousado, procurou emular o que a Disney fez de pior nos últimos anos, as superproduções de Michael Bay.

"Sahara" deve ser o primeiro filme de uma série com o aventureiro Dirk Pitt -a chamada diz "A aventura tem novo nome: Dirk Pitt". O problema é que Dirk não tem personalidade forte, marcante. Matthew McConaughey é um ator neutro, nem feio, nem bonito, razoavelmente atlético e que nunca se compromete. Ele não traz o carisma que Sean Connery acrescentou a James Bond ou o que Harrison Ford fez a Indiana Jones. Portanto o resultado é um personagem medíocre e convencional, sem nada que o identifique.

Aliás, essa indefinição já se nota no próprio título do filme. Houve inúmeros "Sahara" antes, e este nem tem o deserto como paisagem; acontece nos rios e fronteiras do Mali. Dirk fica reduzido a um mero caçador de tesouros que trabalha para uma organização fictícia com o parceiro e amigo (Steve Zahn, como alivio cômico) e um chefe compreensivo (William H. Macy).

Seu sonho é encontrar um tesouro que existiria num navio da Guerra Civil americana que teria ido parar nas Costas da África. Enquanto isso, Dirk se envolve com uma doutora que trabalha para a Organização Mundial da Saúde e procura evitar uma peste na região (assim Penélope Cruz fala muito pouco e não atrapalha).

O vilão é um ditador africano sem escrúpulos que se aliou a um industrial francês (Lambert Wilson) que não vê problemas em provocar poluição com lixo atômico.

Rodado em locações na Espanha, Inglaterra e no Marrocos, o filme tem a tradicional dose de perseguições e explosões (ganha pique apenas nos 15 minutos finais quando se torna um pouco mais empolgante). O diretor Eisner não revela nenhuma personalidade. Este "Sahara" é fácil de ver, mas totalmente sem sabor ou originalidade.

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