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Ação

xXx 2: Estado de Emergência (2005)

Resenha por Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho

Especial para o UOL Cinema 01/01/2005
Nota 3
xXx 2: Estado de Emergência

Tremendo fracasso de bilheteria, estreou nos cinemas simultaneamente no Brasil e EUA. O que não surpreende, já que é um erro de cálculo. Além de (ao menos aqui) ter sido muito pouco promovido, ele substituiu o muito fraco Vien Diesel por um ainda mais inferior Ice Cube (e para uma próxima aventura que supomos não irá acontecer, já no final prevê um outro substituto para fazer o agente xXx).

A escolha do rapper gordinho para o papel central é um total fiasco (Ice Cube tem tido carreira longa como coadjuvante e também como diretor de fitas de sucesso para o público negro). Ele não tem o tipo certo, fala tudo no mesmo tom e sem o menor charme ou humor. É um grande nada (em compensação no papel do chefe dele, Samuel L. Jackson brilha como sempre. Lembrando como ele está merecendo um Oscar que ainda não levou).

Mas não fica nisso. Sabem qual é a história? É sobre um golpe de estado no governo americano em que um presidente liberal e bem intencionado (a ator de tevê Peter Strauss) vai ser morto e derrubado no próprio Congresso por causa de um general de direita, feito por Willem Dafoe (o vilão do primeiro "Homem-Aranha"). Chegam mesmo ao cúmulo de atirar no Capitolio.

Considerando como os EUA estão vivendo uma fase de nacionalismo exacerbado e radicalismo conservador, contar essa história e com esses detalhes é uma lamentável mas curiosa bola fora. Será que ninguém pensou nisso antes? Ninguém quer ver as ruas de Washington virarem campo de batalha, com os liberais sendo defendidos por ladrões e bandidos, todos negros, que usam carros envenenados. A causa pode até ser boa mas não a maneira de agir.

Ou seja, fizeram uma fita de ação de esquerda, com um anti-galã péssimo e muitos, mas muitos efeitos digitais. A produção, porém, é suntuosa. Reproduzem em estúdio não apenas a Casa Branca, mas também o Congresso, tem milhares de figurantes e dezenas de explosões. É claro que assumem o clima de fita de James Bond sem o menor compromisso com a realidade, realizam feitos completamente absurdos (isso fica claro não apenas no ataque no laboratório subterrâneo, mas principalmente na fuga de barco, quando eles vão parar em cima da ponte).

Tudo bem, cinema é fantasia, mas eles exageram demais na seqüência final, com um trem bala desgovernado que parece mais o Polar Express. Apesar de tantos defeitos, o filme porém não chega a ser desagradável. Talvez por ser de esquerda, pelo herói ser tão obviamente inadequado e pela ação ser contínua (e conduzida por um diretor que veio das fitas de James Bond).

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