Apocalypto (2006)

Rubens Ewald Filho

Especial para o UOL Cinema 11/07/2007

Nota 3

A esta altura já sabemos que Mel Gibson é alcoólatra, preconceituoso, fundamentalista. Apesar de tudo, ele prosseguiu sua carreira como realizador, já que tem certa mão para o negócio e está ficando velho demais para galã.

"Apocalypto" chegou a ser indicado aos Oscars de maquiagem, edição de som e mixagem, mas foi um semi-fracasso, com US$ 50 milhões de renda para um orçamento de US$ 40 milhões, relativamente baixo por não ter atores famosos. É apenas uma aventura de ação, banal e indiferente a não ser pelo excesso de violência e pelas cenas explícitas e repugnantes. Foi essa a razão por que muita gente a desprezou.

Grande parte do filme foi rodado em sistema digital e outra parte em película, o que resulta numa diferença clara de textura e iluminação que não combinam. Mesmo historicamente é irrelevante. A intenção seria contar a história de como os maias eram sanguinários.

Os heróis do filme são membros de uma tribo que vive na selva de forma pacífica até que são capturados pelos maias, mostrados como violentos, construindo templos onde realizam sacrifícios humanos e vivendo para matar em nome da religião. Os sobreviventes da tribo pacífica atacada pelos maias são levados para uma cidade de onde o herói Pata de Jaguar (Rudy Youngblood) miraculosamente consegue fugir com vida.

Não há dúvida de que o filme, todo falado em idioma maia, tem bastante ação, correrias, algumas cenas fortes, outras absurdas. É de gosto duvidoso e, pelo prazer com que retrata a violência, sem chegar realmente a condená-la, desprezível.