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Ficha completa do filme

Suspense,Ação

Treze Homens e um Novo Segredo (2006)

Resenha por Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho

Especial para o UOL Cinema 30/10/2007
Nota 3

Quebrando a tradição desta temporada, este terceiro filme da série "Homens e Segredo" não é inferior ao anterior, que foi uma continuação indulgente, boba e descartável. O terceiro capítulo tem muitas qualidades, inclusive uma produção excepcional, com desenho de produção (direção de arte), figurinos e fotografia geniais - que, entre outros feitos, recria inteiramente em estúdio um cassino moderno de Las Vegas, com todo o requinte possível, indo do uniforme dos empregados à diferente decoração dos quartos, sempre com detalhes orientais. Mas é meio confuso, tem excesso de piadas internas ("inside jokes", mais divertidas para os atores do que para o público) e leva um tempo enorme - mais de uma hora - de exposição do projeto e discussões obscuras. Pode ser sofisticado, inteligente, mas também era legítimo esperar mais do elenco e diretor.

Steven Soderbergh caprichou na realização e em deixar seus amigos atores completamente à vontade. Mas faltou uma mão firme, um roteiro mais bem elaborado. Astros ou coadjuvantes, todos têm seu momento. Mas os que importam são de George Clooney (como o líder do grupo de assaltantes) e de seu comparsa Brad Pitt, ambos extremamente relax, à vontade, com enorme naturalidade (mas sem perder o timing de humor). Curiosamente ambos não se preocupam em esconder as primeiras rugas e marcas debaixo dos olhos. Até os deuses envelhecem.

O mérito do roteiro novo de Brian Koppelman e David Levien ("Cartas na Mesa") é mostrar que, além de meros ladrões e vigaristas, os 11 amigos se importam um com o outro, a ponto de se reunirem quando um deles, Elliot Gould (Reuben), tem um enfarto e fica à beira da morte quando é enganado por um gângster dono de um novo cassino (Al Pacino). Todos estão de volta para a elaborada e dispendiosa vingança, que irá incluir também o antigo inimigo Terry Benedict (Andy Garcia), em parte porque ele tem ciúme do rival no ramo de hotéis, em parte porque vê ali a chance de roubar uma fortuna em diamantes.

Desta vez, praticamente não há mulheres com importância na trama, nem mesmo Ellen Barkin, que faz Abigail, a mulher de confiança de Pacino. Usando trilha musical e efeitos visuais (até no letreiros) que lembram os bons tempos de Sinatra e seu clã em Vegas, este "Treze Homens" é uma prova de que, quando Hollywood se esforça e coloca dinheiro em gente talentosa, o resultado é visualmente esplêndido, digno de ser lembrado na época dos Oscars. Mas, como nos filmes de Sinatra, tudo é propositalmente cool demais. Ou seja, como thriller deixa a desejar.

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